A Petrobras, maior empresa brasileira em valor de mercado, tem sido palco de uma constante dança das cadeiras na presidência, evidenciando um cenário de instabilidade e mudanças bruscas de rumo ao longo dos últimos oito anos. Com a recente demissão de Jean Paul Prates, a estatal alcança a marca impressionante de oito presidentes em um período igualmente curto.
Essa rotatividade, que se divide entre dois nomes durante a gestão Temer, quatro na era Bolsonaro e agora dois sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, é reflexo dos interesses muitas vezes conflitantes entre a União, como controladora da Petrobras, e os acionistas privados, que veem suas ações negociadas nas principais bolsas de valores do mundo, como São Paulo, Buenos Aires e Nova York, com um total de mais de 860 mil acionistas.
A saída de Prates e a nomeação de sua sucessora, Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foram marcadas por uma reação negativa do mercado financeiro, com as ações da empresa registrando uma queda superior a 7% no after market de Nova York.
Essa saga de mudanças no comando da Petrobras ganhou destaque em 2016, quando Pedro Parente assumiu a presidência da empresa com a promessa de colocar um fim à influência política na gestão da petrolífera. Na época, a empresa enfrentava uma série de desafios, incluindo prejuízos bilionários decorrentes do congelamento dos preços dos combustíveis durante o governo Dilma Rousseff e os desdobramentos da Operação Lava Jato.
Parente implementou uma política de preços calcada na paridade internacional, visando reverter os prejuízos e garantir a sustentabilidade financeira da empresa. Embora tenha registrado uma notável melhora nos indicadores financeiros, a oscilação diária do preço dos combustíveis acabou por desencadear uma ampla greve dos caminhoneiros em maio de 2018, culminando na sua renúncia.
Desde então, a Petrobras tem testemunhado uma sucessão de presidentes, cada um enfrentando seus próprios desafios e controvérsias. Ivan Monteiro sucedeu Parente, seguido por Roberto Castello Branco, indicado pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes. A gestão de Castello Branco foi marcada por desentendimentos com o governo Bolsonaro e, eventualmente, sua demissão.
A nomeação de Joaquim Silva e Luna, seguido por José Mauro Coelho, e posteriormente Caio Paes de Andrade como presidente interino temporário, refletiu uma busca por estabilidade em meio à turbulência política e econômica.
Com a volta de Lula ao poder, Jean Paul Prates assumiu a presidência da Petrobras, trazendo consigo mudanças na política de preços e resultados financeiros positivos. No entanto, enfrentou críticas por sua falta de habilidade política e atritos com ministros do governo.
Diante desse cenário, a Petrobras segue em busca de estabilidade e liderança consistente, enquanto enfrenta desafios internos e externos em um setor crucial para a economia nacional.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper