Doença de Aujeszky: conheça vírus da ‘pseudorraiva’, detectado após 20 anos em suínos no RS

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Publicado em 05/01/2023

Quase duas décadas depois, o Rio Grande do Sul voltou a registrar um caso da Doença de Aujeszky em suínos. A doença, conhecida como “pseudorraiva”, é causada por um vírus da herpes.

O caso confirmado foi detectado em São Gabriel, na Fronteira Oeste do estado. Os 46 porcos da propriedade foram abatidos, com mais de 500 amostras enviadas para análise de especialistas. A área foi isolada.

Mais de 200 propriedades rurais são monitoradas na região por autoridades estaduais e federais. “Estamos fazendo uma busca ativa em outras propriedades ainda dentro deste raio de 5 km que possuam suínos e não tenham registro junto à inspetoria veterinária”, diz Rosane Colares, diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura do RS.

O que é a Doença de Aujeszky?

Segundo o Ministério da Agricultura, a Doença de Aujeszky é causada por um vírus da herpes e pode infectar suínos domésticos, silvestres e asselvajados.

O que a ‘pseudorraiva’ causa?

A doença afeta os sistemas nervoso central, respiratório e reprodutor dos porcos, podendo provocar a morte dos animais. Os principais sintomas são febre, diminuição do peso, tremores e perda dos movimentos nas patas traseiras. Os animais infectados podem apresentar manchas no abdômen e salivação excessiva.

A doença é contagiosa?

Sim. A “pseudorraiva” também pode atingir mamíferos como bovinos, ovinos, caprinos, equinos, cães, gatos, coelhos e mamíferos silvestres, todos considerados hospedeiros finais.

Humanos podem ser contaminados?

Não. Conforme o Centro de Inteligência e Mercado da Embrapa, não há nenhum risco para o consumidor, já que o vírus não é transmitido para o ser humano.

O que fazer quando suspeitar da doença na criação de suínos?

A Secretaria da Agricultura do RS afirma que todos os casos suspeitos devem ser notificados imediatamente ao serviço veterinário oficial do estado. Os produtores devem ficar atentos em sinais clínicos dos porcos, principalmente nervosos ou respiratórios.

Quais os impactos da doença na economia?

De acordo com o auditor agropecuário do Ministério da Agricultura Gilson Renato Evangelista de Souza, a doença pode provocar a restrição da comercialização de suínos para exportação, mas somente no município onde o caso foi detectado.

São Gabriel, no entanto, não tem plantas de abate de animais e não é um município caracterizado por produzir suínos para exportação, explica Souza.

Para o presidente da Associação de Criadores de Suínos do RS (Acsurs), Valdecir Folador, o episódio registrado foi isolado e está longe da área produtiva do estado. As principais regiões produtoras ficam no Norte, Noroeste, Centro, Vale do Taquari, Vale do Caí e Serra.

Qual o papel do RS na produção de suínos?

Um levantamento da Secretaria da Agricultura do RS mostra que o estado produziu mais de 10,5 milhões de animais para abate em 2021. De acordo com o Atlas Socioeconômico, o estado é o terceiro maior produtor de suínos do país, atrás de Santa Catarina e Paraná.

Em 2003, 27 mil suínos foram sacrificados no estado em razão da “pseudorraiva”.

Fonte: G1