Offline
Turma da Mônica ganha personagem com nanismo baseado em menino do RS
NOTICIAS
Publicado em 18/10/2022

A Turma da Mônica utiliza do lúdico para falar sobre a inclusão de crianças que são diferentes e únicas entre si. O novo integrante é Bernardo, um menino com nanismo, cujo personagem foi inspirado em Bernardo Hoffmann, de Caxias do Sul, na serra gaúcha.

Estudante do 3º ano do ensino fundamental, ele concilia a escola com as paixões na música e no futebol. Flávia Berti Hoffmann, mãe do guri de oito anos, conta que a família sempre buscou incluí-lo nas atividades e não exacerbar a condição genética.

 

“A gente sempre procurou deixar claro para ele que o nanismo é um pedaço, é uma característica da vida dele, não é o todo. Ele é o Bernardo teimoso, inteligente, esperto, que gosta disso e daquilo e tem nanismo”, afirma Flávia.

O livro, intitulado “Nosso Amigo com Nanismo”, conta a história do primeiro dia de aula na Escola Limoeiro, quando Mônica, Cebolinha, Magali e outros personagens encontram Bernardo na entrada da sala de aula. Todos se surpreendem com sua baixa estatura, acreditam que ele é um aluno mais novo, mas, a partir do relato dele sobre as dificuldades das pessoas com nanismo, começam a entender a importância de serem receptivos e tornar a sociedade mais inclusiva.

O lançamento da publicação está previsto para o dia 25, para marcar o Dia Nacional do Combate ao Preconceito às Pessoas com Nanismo.

“A inclusão e a representatividade fazem parte do dia a dia da Turma da Mônica e é muito bom saber que conseguimos, cada vez mais, retratar tantas crianças ao redor do mundo. Temos certeza de que essa história e esse personagem vão contribuir para melhorar a vida das pessoas com nanismo”, diz o desenhista Mauricio de Sousa, criador dos traços originais da turma.

Na vida real, Bernardo precisou de alguns ajustes, principalmente em relação à altura dos móveis, para ser integrado ao colégio. O nanismo afeta o crescimento dos ossos, que resulta em características mais comuns a baixa estatura e pernas e braços encurtados e desproporcionais ao tamanho da cabeça e ao comprimento do tronco.

Flávia conta que o diagnóstico da acondroplasia, na fase final da gravidez, gerou incertezas até o primeiro ano de idade do menino. Foi somente após uma consulta ao médico geneticista Wagner Baratela — que tem nanismo —, em São Paulo, que as dúvidas se dissiparam.

“Ele [Bernardo] tem muitos amigos, tem uma vida, digamos, normal, mas é óbvio que tem pessoas que vão olhar e apontar. Já passamos por alguma coisas. O mais importante que a gente teve que aprender é o fortalecimento dentro de casa, para que ele possa ir para a rua e conseguir superar essas coisas”, assegura.

Comentários
Comentário enviado com sucesso!