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Poupança volta a render mais do que a inflação, depois de 24 meses em desvantagem
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Publicado em 12/10/2022

A poupança voltou a ter ganho real depois de 24 meses de perdas seguidas para a inflação. Um levantamento feito pelo TradeMap mostra que no mês de setembro, o rendimento da aplicação foi de 7,19% no acumulado em 12 meses, com ganho de 0,02% acima da inflação do mês.

A poupança voltou ao campo positivo depois que o país registrou deflação pelo terceiro mês consecutivo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em -0,29% em setembro, conforme informou nesta terça-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Desde setembro de 2020, o investidor que optasse pela poupança tinha rendimentos abaixo da inflação passada. Segundo o TradeMap, o pior momento foi no mês de outubro de 2021, quando o poupador chegou a uma perda de 7,59% de poder de compra do dinheiro depositado na caderneta de poupança.

Além da poupança, o TradeMap avalia outros 12 ativos financeiros comparados à inflação do período. O melhor desempenho é do índice de fundos multimercado IHFA, que acumula ganho real de 5,86%.

Outro destaque é o CDI, que baliza investimento de renda fixa e tem ganho semelhante à taxa Selic. O ganho real foi de 3,51%, segundo lugar no ranking.

O último lugar na lista ficou com o bitcoin. A criptomoeda acumula 55,52% de queda na janela de 12 meses. Somada à inflação, as perdas chegam a 58,5%.

Queda do IPCA

A queda do IPCA foi menos intensa do que as registradas em julho (-0,68%) e agosto (-0,36%). No ano, a inflação acumulada é de 4,09% e, nos últimos 12 meses, de 7,17%.

O grupo dos transportes (-1,98%) exerceu o maior impacto negativo sobre o índice geral, contribuindo com -0,41 ponto percentual (p.p.). Este é o terceiro mês consecutivo de queda nos transportes. “Os combustíveis e, principalmente, a gasolina têm um peso muito grande dentro do IPCA. Em julho, o efeito foi maior por conta da fixação da alíquota máxima de ICMS, mas, além disso, temos observado reduções no preço médio do combustível vendido para as distribuidoras, o que tem contribuído para a continuidade da queda dos preços”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Em setembro, com queda de 8,33%, a gasolina exerceu o impacto negativo mais intenso no índice (-0,42 p.p.). Os outros três combustíveis pesquisados também tiveram queda nos preços: etanol (-12,43%), óleo diesel (-4,57%) e gás veicular (-0,23%). “O etanol, mesmo tendo um preço livre, acaba acompanhando a gasolina, pois é um produto substituto”, acrescenta Kislanov. No grupo, houve ainda o recuo nos preços das motocicletas (-0,08%), dos automóveis novos (-0,15%) e dos automóveis usados (-0,38%), que haviam subido em agosto. As informações são do portal de notícias G1 e do IBGE.

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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