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Operação contra tráfico de animais silvestres prende quatro pessoas e apreende mais de cem aves; espécimes eram vendidos por até R$ 1,8 mil
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Publicado em 26/08/2022

Uma operação contra o tráfico ilegal de animais silvestres e de armas para caça foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (26) em 12 municípios do Estado, com o cumprimento de 46 mandados de busca e apreensão. Foram apreendidas 105 aves silvestres e presas quatro pessoas ao longo da ação, coordenada pela delegacia de Esteio, com apoio da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana. O trabalho também combateu os crimes de maus-tratos a animais e a prática de caça ilegal.

A ação ocorreu após três meses de investigações. Os mandados foram cumpridos em Esteio, Canoas, Nova Santa Rita, Viamão, Gravataí, Alvorada, São Leopoldo, Parobé, Rio Pardo, Venâncio Aires, São Jerônimo e Santa Cruz do Sul. A operação começou às 7h e terminou pouco antes das 12h.

Diferentes espécies foram apreendidas nesta manhã, como caturrita, canário da terra, trinca ferro, cardeal, coleirinho, azulão, calafate, bandeirinha, gaturamo-rei, cais cais e azulinho. Os animais serão encaminhados ao centro de triagem de animais silvestres do Ibama.

Na ação, três pessoas foram presas em flagrante por porte ilegal de arma de fogo em Rio Pardo. Segundo a polícia, eles seriam caçadores ilegais.

A outra prisão em flagrante foi efetivada contra o dono de um cachorro, por maus-tratos. O animal foi resgatado de uma casa em Esteio. Ele era mantido em um canil e estaria sem água, doente e sem receber assistência veterinária. Ele será levado ao setor de Bem Estar Animal da prefeitura do município. Outras 10 pessoas foram autuadas e assinaram termo circunstanciado.

A Operação Arca é uma ação permanente da Polícia Ciivil desde 2019 e investiga maus-tratos a animais em geral.

Durante as investigações que levaram a ação nesta sexta, a polícia identificou que os envolvidos formavam uma associação criminosa, com atuação em todo o Estado, que comercializa animais silvestres e armas ilícitas destinadas principalmente à caça ilegal.

O esquema é considerado organizado e de forte atuação, segundo a delegada Luciane Bertoletti, titular da delegacia de Esteio. Em conversas nas redes sociais, os criminosos negociavam animais e armamento, além de trocarem imagens de animais mortos durante as caças.

— As aves eram comercializadas de forma ilegal pelas redes sociais, em grupos abertos e fechados, assim como armas usadas na caça ilegal. Também há denúncia de maus-tratos contra esses animais. Além disso, algumas aves já chegavam mortas ao Estado, em razão das condições em que eram trazidas — afirma a delegada.

Conforme a polícia, as aves tinham preços variados e algumas chegavam a quase R$ 2 mil. A investigação também identificou a negociação de um macaco-prego.

— É um comércio milionário, porque cada ave pode custar até R$ 1,8 mil. Além das aves, havia também a negociação de outros animais, como de araras, que vêm do Mato Grosso, e de um macaco-prego, que vem do Amazonas e seria comercializado por R$ 5 mil. É um comércio bem forte, e junto dele há a venda de armas também, porque tem muito caçador ilegal atuando junto, especialmente na região de Rio Pardo — explica a delegada.

A ação também apreendeu três armas – uma pistola calibre 32, uma carabina de pressão e uma espingarda calibre 20, além de munição, aparelhos telefônicos e cerca de R$ 4,5 mil em espécie em uma casa de Rio Pardo.

Segundo o diretor da 2ª Delegacia Regional Metropolitana, delegado Mario Souza, o perfil de quem compra animais silvestres é variado.

— São pessoas que, as vezes, não sabem que a compra desses animais se trata sim de um crime grave. Outras querem ter o animal para ornamentação, estimação, o que não se enquadra. Outros querem revender, usar em alguma competição. São perfis variados, mas em geral são pessoas com bom poder aquisitivos, pois os valores são altos — explica Souza.

O trabalho nesta sexta-feira contou com o apoio da delegacia de Rio Pardo, chefiada pelo delegado Anderson Faturi, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Esteio. A pperação mobilizou 155 policiais civis.

Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

Fonte: GZH

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