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RS é o estado com maior número de confrontos entre indígenas motivados por disputa de terra, aponta relatório
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Publicado em 18/08/2022

Relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), aponta que o Rio Grande do Sul é o estado com o maior número de conflitos entre indígenas relativos a direitos territoriais. Foram 27 casos em 2021, o que corresponde à 23% do total em todo o Brasil.

O Relatório Anual de Violência contra os Povos Indígenas considera que o arrendamento ilegal de terras para plantio de soja e outros grãos é o principal motivo de conflitos nas reservas. Alguns acabaram em mortes, como na Reserva da Serrinha, em Ronda Alta, no Norte do estado. Na cidade, dois homens morreram em um confronto entre grupos rivais em outubro de 2021.

Segundo o coordenador do Cimi Regional Sul, Roberto Liegbott, a terra indígena é um bem da União destinado para o usufruto exclusivo das comunidades autóctones.

“Como você tem no ambiente externo uma série de interessados na exploração econômica das terras, há um processo de aliciamento de algumas lideranças que cedem, então, a essa possibilidade, ofertando seu território à exploração econômica”, comenta.

O documento aponta ainda 114 casos de violência ou violação dos direitos indígenas em 2021 no RS. O estado é 6º do país que registrou mais mortes, com sete mortes em 2021. Entre as vítimas, estão Daiane Girá Sales, de 14 anos, morta após ser estuprada – o suspeito foi preso e indiciado pelos crimes –, Elizeu Pedroso, de 23 anos, morto a tiros durante um protesto.

O RS é o terceiro estado com maior número de territórios indígenas. São 78 locais, 58% deles classificados como “sem providência”, ou seja, terras reivindicadas pelas comunidades indígenas sem nenhuma providência administrativa para sua regularização.

Manifestação em comunidade indígena no Norte do RS — Foto: Reprodução/RBS TV
 

 

Fonte: G1

 Jornal Tribuna/Rádio Cidade FM 98.3 FM Cruz Alta/RS

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