A tempestade se caracterizou por nuvens do tipo cumulonimbus bastante carregadas que avançaram sobre o território gaúcho. Essas nuvens se formaram a partir da combinação do deslocamento de uma frente fria e da intensa entrada de ventos quentes no sul do Brasil, vindos do norte do país. A circulação de ventos em vários níveis da atmosfera forçou a concentração de umidade e o grande desenvolvimento vertical das nuvens.

Ainda é preciso analisar melhor os dados e as imagens para saber se pode ter ocorrido o que se chama de microexplosão em Canoas.  Trata-se de um evento de tempo severo associado a fortes correntes de ar descendentes (na direção da nuvem para a superfície), que se espalham de forma horizontal, chegando a percorrer cerca de seis quilômetros de distância. A duração fica entre dois e cinco minutos. Apesar de ser um fenômeno rápido, é capaz de gerar ventos de até 270km/h.

— Durante a tarde e a noite de segunda,  houve a formação de linhas de instabilidade. Os temporais estavam associados às nuvens do tipo supercélula, que são nuvens cumulonimbus mais desenvolvidas, que costumam trazer fortes chuvas e até condições para tornados ou microexplosões — explica a meteorologista Fabiene Casamento, da Climatempo.