A humanidade está a “um erro de cálculo da aniquilação nuclear”, advertiu o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, ao estimar risco que, segundo ele, não é visto desde o auge da Guerra Fria.
— Tivemos uma sorte extraordinária até agora. Mas a sorte não é estratégia nem escudo para impedir que as tensões geopolíticas degenerem em conflito nuclear — disse Guterres na abertura da conferência dos signatários do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), ocorrida nesta segunda-feira (1º). — Hoje, a humanidade está a um equívoco, a um erro de cálculo da aniquilação nuclear — completou, ao sugerir que o mundo deveria se desfazer de suas armas nucleares.
Após ser adiada várias vezes desde 2020 devido à pandemia de covid-19, a 10ª conferência de análise do TNP, tratado internacional que entrou em vigor em 1970 para impedir a propagação das armas nucleares, será realizada até 26 de agosto na sede das Nações Unidas, em Nova York.
O secretário-geral declarou que a reunião é uma oportunidade para reforçar esse tratado e adequá-lo ao mundo de hoje. O encontro possui o intuito de reiterar que não se recorra ao uso da arma nuclear e que também sejam adotados novos compromissos para reduzir o arsenal.
— Eliminar as armas nucleares é a única garantia de que nunca serão utilizadas — ressaltou, antes de informar que em alguns dias visitará Hiroshima, no aniversário do bombardeio nuclear ocorrido em 6 de agosto de 1945.
— Cerca de 13 mil armas nucleares estão nos arsenais do mundo, em um momento em que os riscos de proliferação aumentam e as salvaguardas para prevenir essa escalada se enfraquecem — destacou, mencionando as crises no Oriente Médio e na península da Coreia além da invasão russa da Ucrânia.
Em janeiro, os cinco membros do Conselho de Segurança (Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido, que são também potências nucleares) se comprometeram a prevenir o acesso e a disseminação nuclear, antes da divulgação de um novo relatório da conferência, que está sob análise. Durante a última conferência de análise de 2015, as partes não alcançaram um acordo sobre as questões de fundo.
Foto: ANGELA WEISS / AFP
Fonte: GZH
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