Bronildo casou, teve filhos e passou a ter como prioridade proporcionar estudo à família.
“Eu dizia: ‘não consegui realizar meu sonho na época, mas vocês vão ter que ir por mim, ir pra frente e tentar o máximo possível, porque essa é a saída’. E realmente foi a melhor saída pra eles”, assevera.
Atualmente, um dos filhos tem mestrado e o outro, doutorado.
“O pai foi, na verdade, um grande incentivador nosso, tanto meu como do meu irmão, para nos graduarmos, buscarmos o conhecimento”, diz o doutor em Engenharia Química Bruno Wenzel.
Depois de formar os filhos, Bronildo resolveu retomar o antigo sonho e começou a estudar para ser aprovado em uma universidade federal. Foi na segunda tentativa que conseguiu nota no Enem para ingressar na UFFS.
“Me preparei melhor e, na segunda vez, aí sim, fiquei em 22º lugar na classificação geral. Consegui entrar pela porta da frente na universidade federal”, orgulha-se.
Para os professores, ensinar uma pessoa tão experiente é um desafio.
“Estamos acostumados à maioria dos nossos alunos serem recém-saídos do ensino médio, então, você se deparar em sala de aula com um aluno que tem mais idade do você, significa também você tratar uma questão de experiência, você conseguir e ter que pensar propostas de trabalho em sala de aula que aliem essa experiência que este aluno possui, buscar conteúdos que também sejam adequados a uma realidade de diálogo entre gerações”, diz o professor Edemar Rota.
Bronildo José Wenzel, de 74 anos, realizou um sonho: se formar em Agronomia, na UFFS, em Cerro Largo — Foto: Reprodução/RBS TV