Em nota publicada na noite desta segunda-feira (14), a CBF afirmou que discorda da decisão da Fifa a respeito do jogo entre Brasil e Argentina, o "Clássico da Anvisa". A entidade máxima do futebol mundial anunciou que o jogo em questão, válido pelas Eliminatórias e que foi interrompido após confusão entre atletas argentinos e agentes sanitários, terá de ser realizado em nova data e local ainda a ser decididos.
A entidade brasileira também foi multada em 550 mil francos suíços (R$ 3,1 milhões) por causa de falhas na organização do jogo e invasão de campo. Por outro lado, a federação argentina terá que pagar multa de 250 mil francos (R$ 1,4 milhão) porque seus jogadores burlaram as regras sanitárias brasileiras.No comunicado publicado ontem, a CBF disse que já solicitou à Fifa "os fundamentos" da decisão. "A Confederação Brasileira de Futebol manifesta sua discordância em relação ao resultado do julgamento publicado, nesta segunda-feira (14), pelo Comitê Disciplinar da Fifa referente à partida válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo entre Brasil e Argentina, iniciada no dia 5 de setembro de 2021, em São Paulo", escreveu a CBF.
"A entidade destaca ainda que já solicitou à Fifa os fundamentos da decisão proferida e, após análise da diretoria jurídica e da presidência, informará as providências a serem adotadas na sequência do processo", complementou a entidade.No lado argentino, os atletas Emiliano Buendía, Emiliano Martínez, Giovani Lo Celso e Cristian Romero, protagonistas de toda a polêmica, receberam suspensão de dois jogos, que terá que ser cumprida na próxima Data Fifa. Chiqui Tapia, chefe da AFA (Associação de Futebol Argentino), prometeu recorrer da decisão."Como presidente da AFA, prometo fazer todos os esforços necessários e recorrer da decisão da Fifa em relação ao jogo classificatório com o Brasil. Nossa prioridade é a seleção argentina sempre", escreveu Tapia no Twitter.O jogo foi interrompido logo aos quatro minutos iniciais. Em um primeiro momento, os agentes de saúde discutiram com o delegado da partida, mas na sequência entraram no gramado e tentaram retirar os atletas Giovani Lo Celso, Emiliano Martínez, Cristian Romero e Emiliano Buendía.
Por causa do ocorrido, os jogadores argentinos se retiraram de campo e voltaram ao vestiário. A CBF e a Conmebol chegaram a costurar um acordo com o governo brasileiro para liberar os atletas para o duelo com o Brasil. No entanto, a decisão não passou pela Anvisa, que decidiu interromper a partida para retirar o quarteto, que havia descumprido os protocolos contra a Covid-19.
LUCAS FIGUEIREDO/CBF