A mulher ameaça: “Isso não vai ficar assim. Eu vou na delegacia, vou registrar uma ocorrência contra tu. Vou mandar o delegado te prender. Seu doente, seu pedófilo. Sem vergonha. Onde já se viu fazer uma coisa dessa”.
A mulher que aparece na reportagem não é mãe de ninguém. A tal filha, menor de idade, simplesmente não existe. O perfil na internet era falso.
Os criminosos agiam principalmente no Rio Grande do Sul. Depois do primeiro vídeo com as ameaças, eles também costumavam mandar mensagens de áudio, se passando por pais ou parentes da suposta menina.
Os golpistas mentem que a menor estaria traumatizada, precisando de psicólogo. A quadrilha exige dinheiro para o tratamento e para não levar o caso à polícia. Alguns homens dão o dinheiro já neste momento. Outros homens desconfiam, não caem na extorsão de imediato.
Para pressionar os homens que acreditavam ter trocado nudes com uma menor, os criminosos foram além: criaram o cenário de uma delegacia de mentira, com até dois falsos policiais de figurantes. Tudo para a atuação da golpista no papel de uma mãe desesperada.
A polícia diz que os vídeos produzidos pelos criminosos gaúchos vazaram na internet e foram usados por quadrilhas de outros estados.