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Campos Borges: Vereadora Cristina Moraes organiza projeto para a denominação do Centro Cultural Municipal de “Orecy Terezinha de Carvalho Merlin”
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Publicado em 17/11/2021

A vereadora da bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, Cristina Soares Moraes protocolou junto a Câmara de Vereadores de Campos Borges, no ano de 2020, o projeto de lei que propõe a denominação do Centro de Cultura Municipal  de “Orecy Terezinha de Carvalho Merlin”.

 

A proposta tem por objetivo nomear o Centro Cultural, o qual está em fase de execução, graças ao recebimento de emendas parlamentares e dos esforços conjuntos dos agentes políticos do Poder Legislativo e Executivo dos últimos anos.

 

De acordo com Cristina, ao nomear o Centro Cultural Municipal como “Orecy Terezinha de Carvalho Merlin”, o povo camposborgense estará prestando uma homenagem a uma das pioneiras da educação no município de Campos Borges. 

 

O Projeto de Lei organizado pela vereadora, ainda não foi levado a votação junto à Casa Legislativa, devido ao fato das obras do Centro de Cultura na época da protocolização não terem iniciado. Com o início da construção do local, no ano de 2021,  a ideia do projeto foi retomada, e segundo a vereadora Cristina, ele será colocado em pauta aos colegas vereadores ainda neste ano. 

 

 

Trajetória de Orecy Terezinha de Carvalho Merlin, a conhecida “Tia Si”

 

 

A “Tia Si”, como era carinhosamente conhecida na comunidade, nasceu em 22 de abril de 1936, filha de Arlindo de Carvalho e Ercy Kellerman de Carvalho, tendo dois irmãos, Ofélia e Lauro Carvalho. Na época, ela e sua família residiam na Localidade de Rincão dos Toledos, que pertencia a Soledade/RS, onde teve a oportunidade de trabalhar como professora municipal, lecionando por vários anos na Escola do Rincão dos Toledos.

 

Mais tarde, conheceu Seu Alcir Merlin, com quem se casou em 14 de novembro de 1959, com isso passou a morar na Localidade do Varame, onde passou a desempenhar atividades do lar e como costureira. Da união com Alcir teve dois filhos, Lia e Mateus. 

 

Com o passar dos anos, mudou-se para Campos Borges/RS, onde começou a trabalhar na Cooperativa Tritícola de Campos Borges, a então COTRICEL, mais tarde Cooperativa Tritícola de Espumoso Ltda. – COTRIEL, permanecendo ali por vários anos.

 

O dom para as artes das costuras a acompanhou durante sua vida, sendo ela a artesã de inúmeros vestidos de prenda, inclusive foi considerada a costureira “oficial” do Grupo Rio Grandense, motivo de muito orgulho a ela. 

 

Orecy sempre foi uma pessoa ativa na comunidade, foi presidente por vários anos na Escola Estadual de Educação Básica João Ferrari, onde batalhou em prol do prédio novo daquela colégio, juntamente com Alcyr, Erony, Lurdes Ferrari Merlin, Protássio Rodrigues, Nelsa Moraes, Lacir e Sirlei Bortoluzzi, Antoninho Barbosa e Arthur Ritter de Medeiros, equipe esta, que juntos lutaram e levantaram o prédio da escola estadual,

 

Também foi presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Campos Borges, e estava sempre disposta a ajudar, tornou-se uma pessoa muito conhecida e comunicativa.  Seu carinho a fez cativar muitos amigos, comadres e compadres, que cultivam sua presença até os dias atuais com um grande carinho.

Conforme o relato de Aramis Soares, um ex-aluno, o qual iniciou seus estudos aos 7 anos de idade,  na Escola Monteiro Lobato, o qual relembra que na época os pais se visitavam, a professora era uma moça muito bonita e com muita  disciplina , querida pelos alunos, estudou 3 anos e meio depois se licenciou para casar.

 

Sua beleza a fez conquistar o título de Rainha do Clube Ipiranga, lembra Aramis. Saudoso da época de piá, Aramis conta que andavam cerca de 8 Km a cavalo e bicicleta para chegar até a escola, e que a mochila naqueles tempos, era o quarto passo de brim, que nada mais era que uma sacola a meia espalda, para levar os cadernos e o material usado,  lápis, borracha e apontador.

 

A esperada merenda resumia-se em batata doce assada, pão de milho com melado, já a água para beber era do poço da Senhora Jorgina, avó da professora Orecy. As turmas eram juntas da 1ª a 4ª classe, eram entre 4 a 5 alunos, no turno da manhã era até junho e agosto no turno da tarde devido ao frio, o horário das 8 até às 12 h e das 13 às 17 hs. Aramis, recorda que com chuva ou sol levantava cedo, tratava o cavalo e os porcos para depois ir para a aula, seu uniforme em dias de chuva era uma capa para não se molhar. Entre os conteúdos ministrados, exigia-se a disciplina e o respeito em primeiro lugar, e todos eram tratados de igual forma. 

 

Já o senhor Olívio José de Moraes, relata o sistema rigoroso adotado pela Professora Orecy, segundo ele na 3º série, quando tinha por volta de 11 anos, ela aplicava vários temas, e tinha como acompanhante uma vara na classe. Ninguém conversava no recreio, naquela época brincavam separados meninos e meninas, as classes eram iguais às da igreja. Ele recorda ainda, que no turno da manhã iam para a escola no cavalo do Alceu, até o Rincão dos Toledos, os alunos Otávio, Aramis, Valderi  Kilote, Zélia, Marlene, Jorge Silveira , Gildete, Genésio, Madalena, onde todos eles carregavam o material de estudo no famoso quarto passo (sacola meia espalda com caderno e lápis).

 

A professora Orecy escrevia no quadro o conteúdo separado de cada série e na época a merenda consistia basicamente em batata doce assada e biscoito caseiro. Muitas são as lembranças ainda vivas em seus ex-alunos, que lembram com saudade dos tempos onde estudar era sinônimo de dificuldade.

 

Infelizmente uma doença a afastou, forçadamente, do convívio social, doença estám que ceifou sua vida em 14 de setembro de 2011, encerrando uma linda jornada terrena dedicada a servir e ajudar ao próximo e, desde então, fazendo parte em outro plano espiritual. Orecy deixou um vazio e muitas saudades.

 

 

 

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