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Homem é condenado a 58 anos de prisão por assassinar família de Carazinho
POLÍCIA
Publicado em 29/10/2021

Caso que iniciou com o desaparecimento de uma família, em maio de 2017, teve desfecho nesta semana no norte do Estado. Flávio Diefenthaeler Martins, 51 anos, foi condenado a 58 anos de reclusão pelo assassinato de um casal e da filha deles. Márcia Cristina Johan Althaus, 50 anos, e o marido Roberto Carlos Terres, 46, foram mortos a tiros, assim como a adolescente Maria Elisabeth Johan Terres, 15. Os corpos foram localizados em outubro daquele mesmo ano.

O júri foi realizado na quinta-feira (28) na Câmara de Vereadores do município de Tapera. Martins foi condenado pelos crimes de homicídio contra os três, além de uma tentativa de homicídio e por ter escondido os corpos.

Na data do crime, a família havia viajado até um sítio no município de Colorado, onde teria ido buscar um carro. Um vizinho havia ido junto para voltar dirigindo um dos automóveis. Quando chegaram à propriedade, teriam sido emboscados a tiros pelo morador – somente o vizinho conseguiu escapar com vida.

A juíza Luana Schneider decidiu aplicar pena total de 58 anos ao réu, em regime inicialmente fechado. Desses, 56 anos foram pelos assassinatos e pelos disparos contra o vizinho, e dois anos pelas ocultações de cadáveres. A magistrada também determinou que o réu não poderá recorrer em liberdade e seguirá preso. Martins foi detido ainda em 2017 e respondeu a todo processo na cadeia.

– Foi um caso muito difícil e de muita responsabilidade, pois vitimou uma família inteira, inclusive uma menina de 15 anos. Me sinto de alva lavada, porque a justiça foi feita. Foi uma vitória do direito à vida – afirmou o promotor Diogo Gomes Taborda, que atuou no plenário do júri.

 

O crime  

No dia 24 de maio de 2017, Roberto Terres saiu de Carazinho em um Gol, acompanhado da esposa, da filha e de um vizinho em direção a Colorado para buscar um Fiat Strada no sítio de Martins. Ao chegar ao local, quando Roberto batia à porta, teriam sido vítimas de emboscada. O atirador, vindo de um local de fora da casa, teria atingido as vítimas com os disparos. Márcia Cristina e Maria Elisabeth estavam dentro do automóvel.

O vizinho da família, que a acompanhava na viagem, também foi alvo dos tiros, mas conseguiu fugir correndo. Perto das 12h do dia seguinte, o homem procurou a polícia em Carazinho, relatando o que havia acontecido. Ele contou que escapou correndo da propriedade, assim que o atirador apareceu, e ouviu uma sequência de disparos, mas não chegou a ver o momento em que as vítimas foram mortas. O homem foi considerado testemunha-chave do caso, além de vítima de tentativa de homicídio.

O Gol da família foi encontrado incendiado em Mormaço, distante 60 quilômetros. Os corpos das vítimas foram escondidos em uma cova em meio à vegetação, na área rural de Não-Me-Toque.

Buscas chegaram a ser realizadas pelos bombeiros, logo após o sumiço da família. No entanto, os restos mortais só foram localizados no dia 1º de outubro daquele ano. Os policiais conseguiram descobrir o local após moradores encontrarem um crânio humano na mata. Naquele momento, Martins já estava preso de forma preventiva.

A motivação do crime não ficou totalmente esclarecida, embora o Ministério Público tenha apontado desacertos por dívidas envolvendo o tráfico de drogas. No entanto, o juiz responsável pela pronúncia do réu, assim como o Tribunal de Justiça, em fase de recursos, entendeu que eram escassas as provas nesse sentido, motivo pelo qual foi afastada a qualificadora de motivo torpe.

 

Contraponto  

A advogada Tayana Pedroso, responsável pela defesa do réu, “reitera a inocência de Flávio, motivo pelo qual ainda ontem (quinta-feira, 28), fizemos a interposição do Recurso ao Tribunal.”

 

 Fonte: Grupo Sepé

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