Esta é a quarta fase da Operação Educatio, que visa coibir a venda de diplomas de especialização falsos, organização criminosa e lavagem de capitais. São cumpridas seis ordens de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão. A polícia não deu detalhes do trabalho, mas GZH apurou que, até as 11h, três pessoas haviam sido presas. Faustino não foi encontrado e é considerado foragido. Representante da OAB-RS acompanha os trabalhos da polícia. Há quatro anos, o GDI revelou a história dos negócios de Faustino, que se intitulava o maior empresário de Ensino Superior do país. A reportagem "O homem da faculdade de papel" revelou suspeitas de irregularidades na oferta de cursos de pós-graduação pelo Grupo Educacional Facinepe. Em 2018, a Polícia Civil deflagrou a primeira fase da ofensiva. Desde então, Faustino e pessoas ligadas a ele são alvo de investigações. O trabalho da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (1ª Decor), ao longo dos anos, mostrou que a rede criminosa foi se rearticulando a cada nova investida da polícia, inclusive, com a troca de nome de empresas. A investigação conseguiu mostrar todo o fluxo de falsificação dos diplomas, revelando cada personagem e as funções executadas. Foram identificados e ouvidos professores que afirmaram não ter ministrado as aulas que constavam como base para a emissão dos diplomas. Com as novas provas, a Justiça decretou a prisão de suspeitos. Funcionários do grupo admitiram que faziam as falsificações. Também são investigados alunos estrangeiros, que estariam atuando com diplomas falsos. A apuração reuniu elementos de que a instituição investigada falsificaria centenas de documentos para driblar e enganar a fiscalização de autoridades públicas. O grupo investigado também faria uso de "laranjas" para dar aparência de lícito aos ativos gerados. O delegado que comanda o trabalho, Max Otto Ritter, destacou, por meio de nota, a importância do trabalho pelo fato de a maior parte dos cursos e diplomas fraudados serem na área da saúde: "Acaba-se por gerar absoluto risco à integridade física e à vida de pessoas, que serão atendidas por pessoas que sequer teriam a formação básica", disse. A defesa de Faustino disse que não vai se manifestar, por enquanto.