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“Para adolescentes, o ideal seria estudar à tarde”, diz especialista em sono
Publicado em 26/09/2025 11:34
EDUCAÇÃO

Pais e mães de adolescentes conhecem a rotina: de noite, os filhos e filhas não querem saber de dormir; de manhã, não querem saber de acordar. O comportamento poderia ser apenas um traço da rebeldia típica da idade, mas, de acordo com Monica Andersen, é mais do que isso. Chefe da disciplina biologia do sono na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e diretora do Instituto do Sono, ela diz que existe um fator biológico por trás da tendência.

“O adolescente tem uma característica desse período da vida, que é dormir tarde e acordar também tarde. Isso causa uma situação de complicação em relação às atividades nas escolas, porque as escolas começam muito cedo, pelo menos aqui no Brasil”, afirma na CasaFolha, no curso A ciência do sono, disponível no site casafolhasp.com.br.

Em suas aulas na plataforma de streaming lançada pela Folha no ano passado, a professora apresenta diversos conceitos relacionados ao sono, como relógio biológico, explica como se preparar para dormir melhor e lista uma série de problemas relacionados com um sono de baixa quantidade ou qualidade ruim.

Nas aulas de Monica Andersen, ela explica que todo mundo nasce com uma necessidade de sono específica. O mais comum, na fase adulta, é precisar dormir de 7 a 8 horas, mas pode ser um pouco mais ou um pouco menos do que isso.

Só que, ao longo da vida, essa programação de fábrica muda, diz Andersen. O recém-nascido dorme de 16 a 18 horas por dia; os mais velhos, em torno de 6 horas.

Além disso, há diferenças no horário em que bate o sono. Algumas pessoas são programadas para dormir cedo; outras, tarde. Na adolescência, porém, o relógio interno da maioria se ajusta para o período vespertino, não matutino.

“Temos uma complicação da dinâmica da logística familiar de levar um filho para a escola, por exemplo, no período vespertino. Mas para os adolescentes, o ideal seria estudar a tarde”, afirma Andersen.

“E os estudos mostram que menos relatos de depressão, mais concentração em salas de aula, mais bom humor justamente por fazer a atividade que requer uma função cerebral intensa, que é estudar no período que para ele é melhor.”

Com mais de 600 artigos publicados em revistas científicas, ela afirma que o ideal não é treinar para se adequar a certos horários, e sim encaixar as atividades dentro do ciclo de cada pessoa.

“A nossa sociedade precisa entender que cada um de nós tem uma preferência em relação ao sistema de temporização, ao seu ciclo de vigília e de sono”, diz. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Na adolescência, o relógio interno da maioria se ajusta para o período vespertino, não matutino. (Foto: Reprodução)

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