Duas semanas após os temporais que castigaram diversas regiões do Rio Grande do Sul, mais de 7 mil pessoas seguem fora de casa entre desabrigados e desalojados, segundo levantamento realizado pela Rádio Gaúcha com base em dados atualizados pelas prefeituras. Embora o cenário comece a apresentar melhora com a baixa dos rios e o tempo firme, ainda há localidades com situação crítica.
A pior situação continua sendo em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, onde 3.350 pessoas permanecem desalojadas e outras 150 estão abrigadas no centro municipal. Com a redução do nível do Guaíba e do Rio Jacuí e previsão de tempo seco, a Defesa Civil local iniciou a orientação para o retorno gradual das famílias às suas residências. A expectativa é de que até a próxima semana todas tenham retornado.
Na Fronteira Oeste, o quadro mais grave é registrado em Uruguaiana, com 270 desabrigados e 1.018 desalojados. O Rio Uruguai chegou a 10,22 metros na manhã desta quinta-feira (3), ultrapassando em mais de 1,7 metro a cota de inundação (8,50 metros). Segundo o coordenador da Defesa Civil local, Paulo Woutheres, o nível ainda pode subir até esta sexta-feira, mas não deve passar dos 11 metros, e o retorno das famílias só deve ocorrer dentro de 15 dias.
Em Itaqui, também banhada pelo Rio Uruguai, 899 pessoas estão desalojadas e 59 desabrigadas. O rio, que está em 10,25 metros, apresenta estabilidade, mas o retorno das famílias depende de uma nova queda para abaixo da cota de inundação de 8,30 metros, conforme alertou o prefeito Leonardo Betin.
São Borja, também na Fronteira Oeste, tem 65 pessoas desabrigadas, e a prefeitura projeta o retorno para a próxima semana.
Nas regiões dos vales, a situação se normalizou com a descida dos rios Taquari, Caí e Paranhana. Ainda há registro de pessoas fora de casa apenas em Lajeado (5 desabrigados) e Rio Pardo (66 desabrigados), com expectativa de retorno nos próximos dias, segundo a Defesa Civil.
Em Cachoeira do Sul, o Rio Jacuí se encontra dois metros abaixo da cota de inundação, e 152 pessoas seguem desabrigadas e 980 desalojadas. Desde quarta-feira, parte das famílias já começou a retornar para suas casas.
Na capital Porto Alegre, 68 pessoas continuam acolhidas no Centro Vida, na Zona Norte. São famílias oriundas principalmente das ilhas do Delta do Jacuí, como a Ilha da Pintada, Ilha do Pavão, Ilha dos Marinheiros e Ilha das Flores, além do bairro Humaitá.
O cenário geral é de gradual retomada, mas com muitas famílias ainda aguardando a baixa completa dos rios e a garantia de segurança para o retorno definitivo às suas residências.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper