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Operação Polaco: Polícia Civil mira grupo que usava agropecuárias como fachada para distribuir cetamina no RS e SC
Publicado em 26/06/2025 10:02
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Duas agropecuárias localizadas em Guaíba e Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, serviam como disfarce para uma rede de tráfico de drogas sintéticas. A descoberta levou a Polícia Civil gaúcha a deflagrar, na manhã desta quinta-feira (26), a Operação Polaco, que mira uma organização criminosa envolvida no desvio e comercialização ilegal de cetamina, substância de uso veterinário que tem sido usada na produção da droga sintética conhecida como “key”.
A ação é coordenada pela 4ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (DINARC) e cumpre 20 mandados de busca e apreensão, 21 ordens de sequestro de veículos e nove mandados de prisão preventiva em 10 cidades do Rio Grande do Sul e uma em Santa Catarina (Palhoça). Até o início da tarde, sete suspeitos haviam sido presos e houve a apreensão de frascos de cetamina, joias, uma BMW e nove armas de fogo.
Segundo as investigações, o grupo criminoso era altamente estruturado, com divisão clara de funções entre operadores financeiros, intermediários, fornecedores, transportadores e entregadores. A organização utilizava empresas de fachada, como agropecuárias, clínicas de estética e pet shops, além de “contas de passagem” em nome de laranjas, para lavar dinheiro oriundo do tráfico.
Em alguns casos, as transações em contas bancárias chegaram a movimentar mais de R$ 500 mil em curtos períodos, de acordo com os dados levantados pelos investigadores. A principal empresa do esquema teria comprado quase a totalidade de lotes específicos de cetamina vendidos no país, em volume muito acima da média nacional, o que levantou os primeiros sinais de alerta.
Mulheres ligadas aos líderes da quadrilha também eram utilizadas formalmente como proprietárias de imóveis, veículos e contas bancárias, estratégia adotada para dificultar o rastreamento patrimonial.
A Operação Polaco é a segunda fase da investigação que começou em março, com a Operação Special-K, quando foi identificado um casal envolvido no tráfico de ecstasy e cetamina com atuação em São Leopoldo e conexão direta com uma facção criminosa do Vale dos Sinos.
Com o avanço da apuração, a polícia mapeou mais de 30 integrantes da organização, inclusive com comando direto de dentro do sistema prisional. A operação desta quinta mobilizou 120 agentes da Polícia Civil e 40 viaturas, e deve contribuir para desarticular a estrutura financeira e logística do grupo, impedindo a continuidade dos crimes.
As investigações seguem em andamento para apurar o total de pessoas envolvidas e o volume exato de recursos ilícitos movimentados pela organização.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte e fotos: GZH
 
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