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Piloto de balão que caiu em SC e matou oito pessoas não é habilitado, diz Anac
Publicado em 24/06/2025 13:51
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Piloto do balão que caiu em Praia Grande (SC) no sábado (21) e resultou na morte de oito pessoas, Elves de Bem Crescêncio não tem a licença de Piloto de Balão Livre (PBL), documento necessário para exercer a atividade comercial no Brasil. A informação foi confirmada em nota pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
"Informamos que o balão acidentado no dia 21 de junho em Praia Grande (SC) não era certificado. O piloto Elves de Bem Crescencio não possui licença de Piloto de Balão Livre (PBL)", diz trecho do comunicado (leia na íntegra abaixo).
Crescêncio tem Certificado Médico Aeronáutico, documento que atesta a sua capacidade física e é necessário para solicitar a licença de PBL. De acordo com a revista Forum, a defesa do piloto também apresentou uma certidão de aerodesportista — documento que permite a prática de balonismo como esporte, mas não autoriza o transporte de passageiros mediante pagamento.
"Uma pessoa somente pode embarcar outra pessoa em balão livre tripulado se o usuário estiver ciente de que se trata de atividade desportiva de alto risco", explica a Anac.
Conforme a agência, a operação comercial de balonismo não é certificada no Brasil, embora os voos possam ser certificados, desde que atendam a todos os requisitos solicitados para a aeronave, o piloto e a empresa. "Também não existe uma habilitação técnica emitida para a prática e cabe ao desportista a responsabilidade pela segurança da operação", ressalta ainda a nota.
O acidente
Com 21 pessoas a bordo, o balão de ar quente incendiou ainda no ar e caiu em um área rural de Praia Grande na manhã de sábado. Oito pessoas morreram, entre elas haviam dois gaúchos.
Alguns sobreviventes conseguiram deixar o cesto no momento em que o balão desceu e tocou o solo. No entanto, o balão voltou a subir na sequência e foi tomado pelas chamas até cair.
Mortos e feridos
Dos 21 ocupantes, oito morreram. Os nomes das vítimas foram confirmados pela polícia:
Andrei Gabriel de Melo
Everaldo da Rocha
Fabio Luiz Izycki
Janaina Moreira Soares da Rocha
Juliane Jacinta Sawicki
Leandro Luzzi
Leane Elizabeth Herrmann
Leise Herrmann Parizotto
Cinco sobreviventes foram levados para o Hospital Nossa Senhora de Fátima. Entre as vítimas, duas apresentam queimaduras leves de segundo grau. Os demais apresentam escoriações e queixas de dor em decorrência do trauma. Nenhum dos pacientes apresenta fraturas ou lesões graves.
Depoimento do piloto
Em entrevista à Rádio Gaúcha no dia do acidente, Clóvis Raupp Scheffer, advogado de Crescêncio, afirmou que o fogo começou no cesto e subiu para o balão, segundo o relato do cliente.
— Uma chama começou no chão do cesto e se alastrou muito rapidamente. O piloto tentou, de várias formas, apagar o fogo, mas não conseguiu — relatou o advogado.
O que diz a Anac
Primeiramente, a Anac reitera sua solidariedade aos familiares e amigos das vítimas do acidente com o balão tripulado de ar quente ocorrido no sábado, 21 de junho, em Praia Grande, Santa Catarina.
Antes do acidente, no dia 6 de junho, especialistas em regulação da Anac estiveram presentes em Praia Grande (SC) para discutir, em duas reuniões distintas com representantes do setor turístico local, Sebrae, Ministério do Turismo e Prefeitura local, sobre o potencial turístico do Geoparque, que envolve sete cidades da região em que o balonismo é atividade de destaque.
Na ocasião, a Anac ressaltou que já existe possibilidade de operação de voos certificados, desde que aeronave, profissional e empresa atendam aos requisitos regulamentares. Esses processos de certificação seguem padrões internacionais de segurança.
Todavia, atualmente não há operação certificada pela Anac de balão no Brasil. São permitidas operações com balão como prática desportiva. A prática desportiva de balonismo, assim como de outros esportes radicais, é considerada de alto risco por sua natureza e características, ocorrendo por conta e risco dos aerodesportistas. Uma pessoa somente pode embarcar outra pessoa em balão livre tripulado se o usuário estiver ciente de que se trata de atividade desportiva de alto risco.
A atividade do aerodesporto é normatizada pelo Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) nº 103. As aeronaves do aerodesporto não são certificadas, não havendo garantia de aeronavegabilidade. Também não existe uma habilitação técnica emitida para a prática e cabe ao desportista a responsabilidade pela segurança da operação.
Informamos que o balão acidentado no dia 21 de junho em Praia Grande (SC) não era certificado. O piloto Elves de Bem Crescencio não possui licença de Piloto de Balão Livre (PBL).
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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