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Guerra entre Israel e Irã pressiona preço de insumos e eleva custos para o agronegócio brasileiro
Publicado em 23/06/2025 08:29
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O agravamento do conflito entre Israel e Irã já começa a gerar impactos no agronegócio brasileiro, especialmente com o aumento no preço da ureia, insumo essencial para a produtividade no campo. A escalada de tensões no Oriente Médio afeta diretamente o mercado de fertilizantes nitrogenados, fundamentais para o desenvolvimento das lavouras, e pode encarecer os custos da próxima safra.
 
De acordo com o consultor em inteligência no agronegócio, Carlos Cogo, produtores que ainda não garantiram suas compras para o plantio de verão devem se preparar para pagar mais caro. “Desde o início da guerra, a ureia já subiu 30% no mercado futuro. No Brasil, as altas ficaram na casa dos 20%”, afirma.
 
A guerra teve início com um ataque israelense a instalações nucleares e centros de pesquisa atômica no Irã, na sexta-feira, 13 de junho. Desde então, o conflito se intensificou com o envolvimento direto dos Estados Unidos, ampliando os efeitos econômicos globais.
 
Para o professor de economia da Unijuí e analista de mercado, Argemiro Luís Brum, uma guerra dessa proporção e localização tende a gerar efeitos duradouros. “Se prolongado, o conflito tem um potencial muito grande de aumentar os custos de produção no mundo inteiro e particularmente no agronegócio brasileiro”, aponta. Brum observa que os preços do petróleo já foram impactados, o que poderá refletir em breve nos combustíveis e, consequentemente, em toda a cadeia de produção agrícola.
 
Outro fator de alerta é o risco de fechamento do Estreito de Ormuz, rota estratégica por onde passam cerca de 20% das exportações mundiais de petróleo e uma grande quantidade de insumos agrícolas. “Esse estreito conecta o Golfo Pérsico ao mar Arábico e é essencial para o comércio global. Seu bloqueio pode interromper o fornecimento de commodities e fertilizantes”, explica Brum.
 
Diante desse cenário, especialistas recomendam atenção redobrada aos movimentos do mercado internacional e planejamento estratégico por parte dos produtores rurais para evitar prejuízos maiores na próxima safra.
 
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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