Chega ao fim nesta quarta-feira (18) o período de quarentena sanitária de 28 dias em Montenegro, no Vale do Caí, tecnicamente denominado vazio sanitário, estabelecido após a confirmação de um caso de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja de aves comerciais no município.
A medida foi determinada pelo Governo do Estado após o registro do foco em 15 de maio, com início da contagem oficial a partir de 22 de maio, após a desinfecção completa da propriedade afetada. Durante esse período, o Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA/Seapi) promoveu um intenso trabalho de monitoramento e contenção, seguindo os protocolos nacionais e as diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Mais de quatro mil veículos foram abordados em barreiras sanitárias instaladas na região, e 540 propriedades dentro do raio de vigilância foram visitadas, em ciclos sucessivos. No total, foram realizadas cerca de duas mil visitas por fiscais agropecuários, com ações em áreas de três e dez quilômetros do foco. As vistorias se concentraram especialmente em locais com presença de aves.
Durante a operação, foram apreendidos e analisados kits de coleta, aves silvestres e domésticas, sendo confirmada a presença do vírus apenas em um joão-de-barro, encontrado nas imediações da granja onde o surto foi inicialmente identificado.
Além das atividades em Montenegro, o Serviço Veterinário Oficial do RS (SVO-RS) intensificou o monitoramento em outros municípios, com 539 investigações de casos suspeitos desde 2022, das quais 163 resultaram em coletas laboratoriais. Apenas o caso de Montenegro teve confirmação do vírus.
A diretora do DDA, Rosane Collares, destacou a importância da Plataforma de Defesa Sanitária Animal (PDSA-RS), que permitiu o uso de geolocalização para organizar a atuação das equipes em tempo real, agilizando a resposta técnica no campo.
A ação contou com o apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Brigada Militar (Patram), Polícia Rodoviária Estadual, Defesa Civil e Prefeitura de Montenegro. Agora, com o encerramento oficial do vazio sanitário e a ausência de novos focos, o Brasil poderá solicitar à OMSA o reconhecimento como país livre da influenza aviária H5N1, passo fundamental para a manutenção das exportações avícolas.
Apesar do fim da quarentena, a vigilância segue ativa, e a Secretaria da Agricultura alerta os produtores para que comuniquem imediatamente qualquer suspeita da doença, como morte súbita de aves, sinais neurológicos, respiratórios, queda na produção de ovos ou diarreia.
As notificações podem ser feitas nas Inspetorias e Escritórios de Defesa Agropecuária, pelo sistema e-Sisbravet ou via WhatsApp (51) 98445-2033.
O secretário estadual da Agricultura, Edivilson Brum, destacou o esforço coletivo para conter a doença:
“Cumprimos todas as etapas dos protocolos sanitários. A operação em Montenegro reforça a capacidade técnica do sistema de defesa animal gaúcho e nacional, com resposta rápida e articulada.”
Com informações: Jornalista Fernando Kopper