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Ex-comandante da Aeronáutica afirma ao STF que alertou Bolsonaro sobre inexistência de fraudes nas urnas eletrônicas
Publicado em 21/05/2025 13:55
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O ex-comandante da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Junior, prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (21) no processo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe de Estado. Durante seu testemunho, Baptista Junior afirmou que comunicou a Bolsonaro a inexistência de evidências que comprovassem falhas nas urnas eletrônicas usadas nas eleições.
Segundo o ex-comandante, o coronel Marcelo Câmara, então assessor do presidente, procurou o coronel Wagner Oliveira da Silva, integrante da Comissão de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação — colegiado instituído pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que contou com a participação das Forças Armadas para garantir a transparência e segurança do processo eleitoral — para apresentar supostas descobertas sobre fraudes nas urnas.
Diante disso, Baptista Junior afirmou ter solicitado ao então ministro da Defesa, Paulo Sergio Oliveira, que orientasse Bolsonaro a impedir que seu assessor discutisse tais teses diretamente com Silva, ressaltando que esse tipo de conduta configurava uma quebra da cadeia de comando. Segundo ele, diversas alegações sobre irregularidades nas eleições, criadas dentro do governo, já haviam sido rejeitadas pelas Forças Armadas.
Em seu depoimento, Baptista Junior relatou ainda que, em novembro de 2022, alertou Bolsonaro sobre falhas técnicas em um relatório do Instituto Voto Legal (IVL), que serviu de base para o pedido de anulação dos votos pelo PL. “Eu falei: presidente, esse relatório está muito mal escrito. Ele contém erros na identificação das urnas”, declarou.
O militar confirmou que discutiu a inexistência de fraudes logo após o segundo turno das eleições, em reunião no dia 9 de novembro, e em outras ocasiões com o ministro da Defesa. No dia 14 daquele mês, quando Bolsonaro apresentou o relatório do IVL, Baptista Junior reforçou as críticas técnicas ao documento.
Após o alerta, Bolsonaro entrou em contato com o presidente do IVL, Carlos Rocha, e o colocou em linha com Baptista Junior, que explicou os erros técnicos e reafirmou que não havia falhas que comprometessem a integridade do resultado eleitoral.
Além de Baptista Junior, a ação penal envolve outros réus, como o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, e o ex-ministro da Defesa Paulo Sergio Oliveira. O depoimento do ex-comandante da Aeronáutica é parte das investigações conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e defesas dos envolvidos no caso.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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