A colheita da soja avançou rapidamente no Rio Grande do Sul na primeira metade da semana passada, impulsionada pelo tempo seco e pela previsão de chuvas nos dias seguintes. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado recentemente, 98% da área plantada já foi colhida no estado.
A predominância do tempo firme favoreceu a operação, principalmente em regiões que registraram precipitações escassas ao longo de abril. Isso resultou em grãos com alto índice de desidratação, mas também causou perdas por debulha natural, consequência do prolongado período de estiagem.
Os 2% restantes da área ainda por colher correspondem a talhões de segunda safra, cultivares de ciclo tardio em várzeas e áreas de replante. A expectativa é de que essas lavouras atinjam a maturação nos próximos dias, com a continuidade do tempo seco.
A produtividade média estadual foi reavaliada para 1.957 quilos por hectare, o que representa uma queda de 38,4% em relação à expectativa inicial de 3.179 quilos por hectare. Os resultados variam amplamente entre as regiões: em Bagé, a produtividade chegou a 1.388 quilos por hectare, enquanto em Caxias do Sul alcançou 3.235 quilos por hectare. Segundo a Emater/RS-Ascar, a distribuição irregular das chuvas foi um dos principais fatores para essa diferença.
Além do regime de chuvas, também influenciaram os resultados a época de semeadura, o manejo do solo e o nível de investimento em insumos. Em várias localidades, os produtores reduziram a aplicação de insumos devido a dificuldades financeiras causadas por perdas em safras anteriores.
A área plantada efetiva foi ajustada para 6.770.405 hectares, um aumento de 0,9% em comparação com a safra passada. No entanto, a produção total estimada para esta temporada é de 13.252.227 toneladas — queda de 27,4% em relação ao ciclo anterior e 38,8% abaixo da projeção inicial da safra.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
