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Polícia Civil desarticula facção que controlava condomínio em Canoas; sete pessoas são detidas
Publicado em 20/05/2025 09:12
POLÍCIA
A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta terça-feira (20), uma operação de grande porte contra uma facção criminosa que controlava um condomínio no bairro Mathias Velho, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Até as 8h, sete pessoas haviam sido detidas — duas delas já estavam no sistema prisional e receberam novos mandados de prisão.
A ação cumpre 78 ordens judiciais nos municípios de Canoas, Eldorado do Sul, Cachoeirinha, Rolante, Riozinho, São Leopoldo e Gravataí, além da cidade de Lages, em Santa Catarina. A ofensiva também resultou na apreensão de armas, veículos, e no sequestro e bloqueio de contas bancárias.
O foco da operação é combater um esquema que se estendia por mais de um ano, envolvendo tráfico de drogas, organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção de menores. Segundo as investigações, a facção mantinha forte influência sobre o condomínio, controlando até mesmo serviços de manutenção, limpeza, segurança e uma suposta imobiliária de fachada.
— Os líderes, recolhidos ao sistema penitenciário, operavam de dentro das cadeias, coordenando as ações do grupo. Moradores viviam sob o silêncio imposto pelo medo ou por supostas vantagens financeiras — afirmou a delegada Luciane Bertoletti, da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas.
As investigações apontam que o grupo tinha estrutura hierárquica definida, com integrantes responsáveis por entregas, gestão de recursos e preparo de entorpecentes. Os suspeitos já possuíam antecedentes por tráfico e organização criminosa.
A operação também mira suspeitos envolvidos em um caso de cárcere privado ocorrido em dezembro de 2024, quando uma mulher, companheira de um ex-líder de facção rival, foi mantida presa com os dois filhos, de oito e nove anos, em um dos apartamentos do condomínio. A intenção dos criminosos seria obter informações sobre o grupo rival.
— Esse episódio foi reflexo de uma ruptura entre duas facções com atuação em Canoas, cujas lideranças estavam nos presídios de Charqueadas — relatou o delegado Marco Guns, da 1ª DP de Canoas.
Além disso, a facção é suspeita de envolvimento na queima de veículos e em um ataque contra a Brigada Militar em dezembro do ano passado, quando policiais foram recebidos com tiros, pedras e fogos de artifício durante uma ação no condomínio.
As investigações continuam para identificar outros envolvidos e mapear a extensão do patrimônio ilícito movimentado pela facção.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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