O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta segunda-feira (19) que está investigando um possível novo foco de gripe aviária em uma propriedade de subsistência localizada em Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O local fica dentro do raio de três quilômetros de onde foi detectado o primeiro caso da doença na última sexta-feira (17), em uma granja comercial do município.
Segundo o ministério, amostras foram coletadas no novo ponto suspeito e estão a caminho do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, em Campinas (SP), para análise. O resultado preliminar da inspeção deve ser divulgado nesta terça-feira (20). De acordo com a pasta, os animais da propriedade investigada não são voltados ao comércio internacional, o que, por ora, não afeta o status sanitário do país em relação à exportação de carne de aves.
A propriedade suspeita está inserida na chamada “área perifocal”, um raio de três quilômetros ao redor do foco inicial, onde já foram inspecionadas 29 das 30 localidades previstas. Além disso, dentro do raio de 10 quilômetros — considerado “área de vigilância” — 238 das 510 propriedades já passaram por vistoria.
Em nota, o Ministério da Agricultura afirmou que "investigações de suspeitas são rotineiras na Defesa Agropecuária, mas quando uma emergência é declarada, o número de apurações tende a crescer devido à sensibilidade do sistema de monitoramento".
Diante da situação, o governo do Rio Grande do Sul decretou estado de emergência em saúde animal por 60 dias, abrangendo 12 municípios: Montenegro, Triunfo, Capela de Santana, Nova Santa Rita, Esteio, Canoas, Gravataí, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Cachoeirinha, Novo Hamburgo e Portão. O decreto visa agilizar respostas para o combate à influenza aviária, permitindo aquisições emergenciais de equipamentos e tecnologias para conter a doença.
Além da granja de Montenegro, outro foco foi registrado em aves silvestres de um zoológico em Sapucaia do Sul. A confirmação levou à intensificação da vigilância sanitária em diversas regiões do estado.
Fora do Rio Grande do Sul, o Tocantins também monitora uma propriedade em Aguiarnópolis, onde uma análise preliminar apontou a presença do vírus Influenza A, mas com baixa chance de se tratar da forma altamente patogênica.
Em movimento preventivo, o estado de Goiás também decretou emergência sanitária por 180 dias nesta segunda-feira. Embora não haja registros da doença em território goiano, o governo estadual reforça que o decreto permitirá maior articulação entre órgãos públicos e privados para prevenção e resposta a eventuais casos.
A influenza aviária é uma doença viral altamente contagiosa entre aves, com sintomas como muco nasal, hemorragias, inchaço e queda na produção de ovos. O subtipo H5N1, identificado nos focos recentes, é considerado de alta patogenicidade. Apesar do risco à saúde animal, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o risco de transmissão sustentada entre humanos ainda baixo.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper