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Primeiro caso de gripe aviária em aves comerciais do Brasil é confirmado em granja de Montenegro (RS)
Publicado em 16/05/2025 08:48
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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, nesta sexta-feira (16), o primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja de aves comerciais no Brasil. A ocorrência foi registrada em Montenegro, no Vale do Caí, no Rio Grande do Sul, marcando um fato inédito no setor avícola nacional.
Segundo a nota oficial da pasta, a detecção ocorreu após a suspeita de síndrome respiratória e nervosa em aves de um estabelecimento avícola de reprodução, no dia 12 de maio. As amostras foram enviadas ao Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas (SP), que confirmou o diagnóstico.
Desde 2006, o vírus circula principalmente em países da Ásia, África e Europa, mas até então não havia sido identificado em granjas comerciais no território brasileiro — apenas em aves silvestres. No Rio Grande do Sul, o primeiro registro em aves silvestres aconteceu em maio de 2023, na Estação Ecológica do Taim, entre Rio Grande e Santa Vitória do Palmar.
As autoridades destacam que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de frango ou ovos, reforçando que os produtos de origem avícola seguem seguros para a população. “O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas”, informou o ministério.
O governo federal já notificou a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), o setor produtivo e os parceiros comerciais internacionais sobre a ocorrência. As medidas previstas no Plano Nacional de Contingência foram acionadas imediatamente, com o objetivo de conter o foco e evitar impactos maiores à produção e ao comércio internacional.
A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul detalhou as ações em curso:
Isolamento da granja afetada, em Montenegro;
Eliminação das aves do plantel e início do protocolo de saneamento da área;
Investigação complementar num raio de 10 quilômetros da propriedade, com monitoramento de possíveis conexões com outras granjas.
Também estão sendo analisados casos de mortalidade de aves no Zoológico de Sapucaia do Sul, que permanece fechado para visitação, enquanto aguarda resultados laboratoriais.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV) manifestaram apoio ao Mapa e à Seapi, destacando a transparência na comunicação do caso e as ações rápidas para contenção. As entidades ressaltam que a situação é pontual e está sob controle, sem qualquer risco ao consumidor final.
O Serviço Veterinário Oficial reforça que as ações de vigilância sanitária e controle seguem sendo aplicadas com rigor. Mesmo com o impacto econômico potencial para o setor avícola gaúcho, o objetivo central das autoridades é preservar a segurança alimentar e manter a credibilidade da produção brasileira no mercado internacional.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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