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David da Silva Lemos é condenado a 175 anos de prisão por matar os quatro filhos em Alvorada
Publicado em 15/05/2025 08:51 • Atualizado 15/05/2025 08:52
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David da Silva Lemos foi condenado nesta quarta-feira (14) a 175 anos de prisão pelo assassinato brutal dos quatro filhos em Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O crime, ocorrido em 13 de dezembro de 2022, chocou o país pela crueldade. A sentença, proferida pelo juiz Marcos Henrique Reichelt, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Alvorada, foi divulgada às 21h03min, após dois dias de julgamento.
Lemos foi condenado por três homicídios triplamente qualificados e um homicídio quadruplamente qualificado. As vítimas — Yasmin, de 11 anos, Donavan, de oito, Giovanna, de seis, e Kimberlly, de três — foram assassinadas dentro de casa com golpes de faca. Uma delas apresentava sinais de asfixia. Segundo a acusação, o crime foi motivado por vingança contra a mãe das crianças, com quem Lemos não mantinha mais relacionamento.
Entre as qualificadoras estão motivo torpe, meio cruel, asfixia, e o fato de as vítimas serem menores de 14 anos. No caso de Giovanna, uma quinta qualificadora foi adicionada: o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, já que foi esfaqueada pelas costas.
Durante o julgamento, Thays da Silva Antunes, mãe das crianças, prestou depoimento comovente. Ela relatou o impacto devastador da tragédia em sua saúde e sua vida:
— Eu só queria que os meus filhos saíssem de lá e fossem embora comigo. E não foi isso que aconteceu.
No plenário, familiares se emocionaram com a condenação.
— Já é um alívio saber que ele só sai de lá morto. É isso que eu espero — desabafou Thays após a leitura da sentença.
Segundo a investigação, Lemos matou os filhos um a um, à medida que os colocava para dormir, e teria dado calmantes antes de cometer os homicídios. Ele chegou a confessar o crime informalmente à polícia logo após a prisão, embora tenha permanecido em silêncio durante os depoimentos oficiais e também no interrogatório desta quarta-feira.
A acusação foi conduzida pelo Ministério Público, com atuação dos promotores Plínio Castanho Dutra, Leonardo Rossi e Daniela Fistarol, além da advogada assistente Gabriela Souza.
— Ele transformou as crianças em instrumentos de tortura contra a mãe — disse o promotor Plínio Castanho Dutra.
— A mãe não pôde ver o rosto dos quatro filhos nos caixões, que ficaram fechados pelo estado em que os corpos foram encontrados — completou a advogada Gabriela.
Já a defesa, formada pelos advogados Thaís Constantin, Deise Dutra e Marçal Carvalho, sustentou a tese de que Lemos não cometeu o crime, alegando ausência de provas materiais que o liguem diretamente aos assassinatos, como vestígios genéticos na faca usada.
O irmão de Thays, ouvido como informante, contou que o relacionamento entre o casal era instável e que Lemos era distante das crianças, especialmente das mais velhas.
— Notava que ele era ausente. Poucas vezes vi ele brincando com os filhos — disse.
Preso desde o dia do crime, David da Silva Lemos seguirá em regime fechado e não poderá recorrer da sentença em liberdade. A condenação, segundo a família, representa um passo em direção à justiça e ao encerramento de um dos episódios mais tristes da história recente de Alvorada.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: GZH
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