Com 42 minutos e 14 segundos de duração, o documentário está disponível nas redes sociais do governo. Já o trailer, de dois minutos, vem sendo exibido em salas de cinema antes de sessões comerciais. Na representação, os parlamentares petistas pedem que o Ministério Público recomende a suspensão imediata da veiculação da obra em todas as plataformas. Caso isso não ocorra, solicitam que a Justiça determine a interrupção por medida judicial.

Além disso, o PT requer a abertura de um procedimento investigatório para apurar possível prática de improbidade administrativa por parte do governador Eduardo Leite (PSD). A bancada argumenta que o documentário configura promoção pessoal com finalidade eleitoral, o que violaria os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade na administração pública.

O documentário tem como fio condutor a exposição fotográfica instalada no Palácio Piratini sobre as enchentes, percorrida por Leite ao longo do filme. Ao todo, o governador aparece por 9 minutos e 2 segundos no vídeo completo e por 37 segundos no trailer, segundo levantamento feito pela bancada. A peça também inclui falas do vice-governador Gabriel Souza (MDB), de secretários estaduais e de vítimas e socorristas envolvidos nos episódios de 2024.

A Secretaria de Comunicação do Estado (Secom), responsável pela produção, divulgou nota em que rebate os argumentos da representação. A Secom afirma que a obra tem caráter histórico e foi realizada pela equipe técnica da própria secretaria, sem contratação externa. A produção, segundo o governo, integra uma série de ações para marcar o primeiro ano da tragédia e divulgar o andamento do Plano Rio Grande, programa que concentra os esforços de reconstrução em municípios afetados.

Os parlamentares do PT também discutirão outras medidas sobre o tema em reunião nesta terça-feira.

Com informações: Jornalista Fernando Kopper