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Grupo suspeito de agiotagem e tortura já teve mais de mil clientes, diz polícia; líder é preso em condomínio de luxo em Viamão
Publicado em 11/04/2025 09:28
POLÍCIA
Um grupo investigado por emprestar dinheiro a juros abusivos e promover tortura e espancamentos contra devedores foi alvo de uma operação da Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (10), na Região Metropolitana de Porto Alegre. A ofensiva, coordenada pela Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), resultou na prisão de 15 pessoas, entre elas o homem apontado como líder do esquema: Cristiano Soares Santos, conhecido como "Mendigo".
Cristiano foi preso em casa, em um condomínio fechado de alto padrão em Viamão. Segundo a polícia, o imóvel está avaliado em cerca de R$ 1 milhão. A companheira dele, Katiele Mattos Antunes, também foi detida. No mesmo condomínio, três outras residências foram alvos de mandados. Em uma delas, os agentes encontraram R$ 175,7 mil em dinheiro vivo. A relação entre os ocupantes do imóvel e o grupo investigado está sob apuração.
Durante a ação, também foram apreendidos celulares, 20 carros, quatro jet skis e quatro armas. A investigação aponta que o grupo já atendeu a mais de mil pessoas, conforme análise de materiais obtidos ao longo do inquérito.
— Quem pagava não tinha problema. A violência era usada contra quem não conseguia arcar com os juros abusivos — explicou o delegado João Paulo de Abreu, titular da Delegacia de Roubos. Segundo ele, o próprio Cristiano já admitiu à polícia que praticava agiotagem, embora negue envolvimento com agressões.
De acordo com os investigadores, há registros da atuação de Cristiano desde 2020. Naquele ano, uma vítima relatou ter pegado um empréstimo de R$ 15 mil e, mesmo após pagar cerca de R$ 30 mil, continuava sendo cobrada sob ameaças de que teria a casa incendiada. Em 2024, outro caso relatou ameaças contra uma filha após a mãe da vítima viajar ao exterior com uma dívida em aberto. Neste ano, Cristiano também teria invadido a casa de uma mulher que havia feito um empréstimo.
A polícia obteve vídeos em que Cristiano aparece cobrando de forma agressiva os devedores. Em uma gravação, ele diz ter o endereço da avó de uma das vítimas, o que foi interpretado como ameaça.
O delegado João Paulo de Abreu reforça o apelo para que mais vítimas procurem o Deic e colaborem com as investigações.
O advogado André Carús, que representa o casal preso, informou que só irá se manifestar após ter acesso ao conteúdo completo do processo.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: GZH
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