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Homem torturado em Canoas confirma que foi obrigado pelo patrão a cortar o próprio dedo: “Era um troféu pra ele”
Publicado em 28/03/2025 15:23
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Seis dias após ser brutalmente torturado por cerca de 12 horas, um homem de 49 anos, morador de Canoas, relatou como o crime aconteceu. A vítima, que ainda está com curativos no corpo e com um dedo amputado, contou que conseguiu escapar após cortar as correntes que o prendiam ao cativeiro. O responsável pelas agressões, dono de um ferro-velho onde a vítima trabalhava, foi preso na quinta-feira (27) e agora é investigado por tortura.
O suspeito, identificado como Ricardo Sodré Fernandes da Silva, passou por audiência de custódia nesta sexta-feira (28) e teve sua prisão temporária mantida. Ele ainda não foi interrogado e não apresentou advogado, com o espaço para manifestação de sua defesa ainda aberto.
A vítima, que não será identificada, relatou que trabalhava no ferro-velho de segunda a segunda. No último sábado, ao chegar ao local de trabalho, foi surpreendido por um golpe "mata-leão" e acusado de roubo, sem chance de defesa. Imediatamente, o agressor o arrastou até o final da casa, onde o prendeu com correntes e iniciou as torturas, utilizando choque elétrico, água quente, maçarico, marteladas e chutes.
A vítima foi acorrentada a um fogão a lenha, sem água nem comida, por horas. Durante a tortura, o agressor ainda exigiu que a vítima cortasse seu dedo com um alicate, ameaçando cortar sua mão caso se recusasse. Ele filmava a tortura com seu celular, tratando o ato como um troféu. Em meio à dor e ao sofrimento, o homem implorava pela vida, mas o agressor continuava suas ameaças e torturas, com o objetivo de obter uma confissão falsa sobre o furto de fios de cobre.
Além do agressor, outras duas pessoas estavam no local: a companheira de Ricardo, que sugeriu matá-lo, e a mãe dele, que foi forçada a assistir às cenas de crueldade. A vítima conseguiu escapar no final da tarde, quando o agressor saiu do cômodo e entrou em uma discussão com sua companheira. Ele usou o alicate para cortar as correntes e fugiu do cativeiro, correndo até sua casa, onde, enfraquecido, caiu durante o percurso.
Ao chegar em casa, foi levado a uma unidade de pronto atendimento, onde inicialmente mentiu sobre o ocorrido, dizendo que havia sido assaltado. Contudo, os médicos desconfiaram e insistiram para que ele relatasse a verdadeira história. Após contar sobre a tortura, a Brigada Militar foi acionada.
Na tarde de quinta-feira (27), a Polícia Civil conseguiu prender temporariamente o agressor e apreender materiais usados na tortura, como o alicate, pregos e até uma furadeira, que teria sido utilizada para perfurar os joelhos da vítima. O delegado Marco Antônio Guns afirmou que a motivação do crime foi pura crueldade, já que o agressor insistia em obter uma confissão de furto de dinheiro e cartão de crédito, sem que qualquer furto tivesse ocorrido.
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) está realizando exames no local e nos objetos apreendidos, com vestígios de sangue identificados em um dos alicates, que pode ter sido usado para amputar o dedo da vítima.
A investigação continua, e a companheira do agressor é considerada investigada, enquanto a mãe é tratada como testemunha. A Polícia Civil segue coletando depoimentos para esclarecer todos os detalhes desse crime brutal.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: GZH
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