A falta de chuvas prejudicou o desenvolvimento das plantas durante a floração, a formação de vagens e o enchimento de grãos. Em áreas da região Centro-Oeste, onde a estiagem foi mais severa, a produtividade caiu para 500 kg/ha, resultando em grãos menores e de qualidade inferior. "A ausência de chuvas continua prejudicando as lavouras e preocupa os produtores, pois as perdas podem se agravar ainda mais", alerta o relatório da Emater.

Por outro lado, nas lavouras que receberam precipitações regulares, a produtividade se mantém próxima ao potencial das cultivares, chegando a 3.300 kg/ha. Em áreas que sofreram estresse hídrico em janeiro, mas foram beneficiadas pelas chuvas de fevereiro e março, há plantas em diferentes estágios de desenvolvimento, com vagens ainda em formação e grãos em enchimento.

Os tratamentos fitossanitários já foram finalizados na maior parte do estado, com destaque para o controle de Doenças de Final de Ciclo (DFC), como a ferrugem-asiática. "A incidência nesta safra foi menor que na anterior, mas as temperaturas amenas e o orvalho persistente favorecem a infecção em lavouras mais tardias", aponta o relatório. Para proteger as áreas semeadas entre dezembro e janeiro, que ainda exigem cuidados até abril, estão sendo utilizadas aplicações preventivas com produtos de alto desempenho.

A redução das temperaturas também ajudou a diminuir a presença de insetos, como tripes. O uso de fungicidas e inseticidas biológicos tem mostrado bons resultados, reduzindo a necessidade de misturas com pesticidas químicos.

Na comercialização, o preço da soja recuou 0,30% na semana, passando de R$ 128,44 para R$ 128,00 por saca de 60 quilos, conforme levantamento semanal da Emater/RS-Ascar.