A fase total do eclipse terá início às 3h26min (horário de Brasília), com duração de aproximadamente uma hora e cinco minutos. O auge do evento ocorrerá às 3h59min, quando a Lua estará completamente encoberta pela sombra terrestre. O fenômeno poderá ser visto de toda a América Latina, além de partes da América do Norte, Europa Ocidental e África Ocidental.

O evento astronômico terá diferentes fases ao longo da madrugada. Às 00h57min, tem início o eclipse penumbral, quando a Lua começa a entrar na penumbra da Terra, embora as mudanças sejam sutis. Às 2h09min, a fase parcial começa a se tornar visível a olho nu, quando parte da Lua entra na umbra terrestre, tornando-se perceptível uma sombra crescente sobre sua superfície. A partir das 3h26min, a Lua estará completamente dentro da sombra da Terra, adquirindo sua tonalidade avermelhada. O ápice do fenômeno ocorre às 3h59min, quando a sombra terrestre cobre toda a superfície lunar. A partir das 4h31min, a Lua começa a sair da sombra da Terra, retornando gradativamente à sua aparência normal. O eclipse parcial termina às 5h47min, restando apenas a penumbra, e às 7h o evento astronômico chega ao fim, com a Lua totalmente iluminada novamente.

A visibilidade do eclipse dependerá das condições climáticas em cada região do Brasil. No Sul, o Rio Grande do Sul terá poucas nuvens ao centro-sul, favorecendo a observação, enquanto Santa Catarina e Paraná devem enfrentar maior nebulosidade e possíveis chuvas. No Sudeste, uma frente fria deve deixar o céu encoberto em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas Minas Gerais e Espírito Santo podem ter períodos de céu aberto. No Centro-Oeste, Brasília e Goiás devem ter céu limpo em alguns momentos, enquanto Mato Grosso e Mato Grosso do Sul podem enfrentar chuvas. No Nordeste, o interior da Bahia, o oeste de Pernambuco e o sul do Ceará e do Piauí terão céu claro, sendo uma das melhores regiões para observação. No Norte, o céu nublado e encoberto pode dificultar a visibilidade em capitais como Belém, Manaus e Macapá.

O eclipse lunar total acontece quando o Sol, a Terra e a Lua se alinham perfeitamente, fazendo com que o planeta projete sua sombra sobre a Lua. Durante esse fenômeno, a luz do Sol é filtrada pela atmosfera terrestre antes de alcançar o satélite, resultando no tom avermelhado característico da "Lua de Sangue". Esse efeito ocorre devido à Dispersão de Rayleigh, o mesmo processo que dá cor ao pôr do sol. Existem três tipos principais de eclipses lunares: o total, quando a Lua é completamente encoberta pela sombra da Terra e adquire um tom avermelhado; o parcial, quando apenas uma parte da Lua entra na sombra terrestre; e o penumbral, quando a Lua passa pela penumbra da Terra, resultando em um leve escurecimento.

Diferente dos eclipses solares, o eclipse lunar pode ser observado a olho nu, sem necessidade de proteção especial. Para uma melhor experiência, recomenda-se escolher um local afastado da poluição luminosa, como praias ou áreas rurais, olhar para a direção oeste, onde a Lua estará visível no céu, e utilizar binóculos ou telescópios para ver detalhes da superfície lunar. Se as condições climáticas forem favoráveis, o fenômeno poderá ser visto de qualquer ponto do Brasil. Para quem preferir acompanhar virtualmente, diversas transmissões ao vivo estarão disponíveis.

Após o evento desta sexta-feira, o próximo eclipse lunar total ocorrerá em setembro, mas não será visível no Brasil. O país terá que esperar até 2029 para testemunhar outro eclipse total, enquanto eclipses parciais e penumbrais poderão ser observados nos próximos anos.

Com informações: Jornalista Fernando Kopper