Na manhã desta quinta-feira (6), uma operação conjunta entre a Corregedoria-Geral da Brigada Militar e a Polícia Civil resultou em uma ofensiva contra extorsões e agiotagem, com prisões de um policial militar, um advogado e um empresário em Porto Alegre e Cachoeirinha.
A investigação teve início no final de 2023, após denúncia de uma moradora de Xangri-Lá, no Litoral Norte, que relatou ter contraído um empréstimo de R$ 300 mil com um agiota, que se passava por empresário. Apesar de ter quitado a dívida em fevereiro de 2023, as cobranças continuaram, e o agiota recebeu mais de R$ 600 mil das vítimas.
Segundo a denunciante, em novembro do mesmo ano, um soldado da Brigada Militar (BM) se envolveu na cobrança, exigindo mais R$ 250 mil e ameaçando as vítimas e seus familiares com tortura e até incêndio no estabelecimento. Em seguida, o local foi alvo de um atentado, com disparos de arma de fogo contra as vidraças da loja.
A investigação revelou que o soldado da BM usava um sistema de pagamento via PIX para receber os valores, e ainda atuava com a ajuda de um advogado, que intermediava as cobranças com ameaças.
Durante a operação, o policial militar foi preso em uma residência na zona Norte de Porto Alegre. Ao perceber a chegada dos policiais, ele tentou disparar contra seu próprio celular, mas foi detido e a arma apreendida. Ele já havia sido preso anteriormente, em 2019, por envolvimento em um esquema de cobrança de valores, tráfico de drogas, desvio de material apreendido e jogo do bicho. Na ocasião, ele foi solto pela Justiça Militar.
A operação também identificou dois outros suspeitos – o advogado, residente em Porto Alegre, e o empresário de Cachoeirinha. Durante as buscas, no entanto, os agentes prenderam um foragido da Justiça, apontado como o "homem de confiança" do agiota. O detido tem sete passagens policiais por homicídio.
A investigação segue em andamento, com a polícia em busca dos outros envolvidos no esquema criminoso.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
