Após cinco anos na terceira posição nacional em potência instalada de energia solar, o Rio Grande do Sul caiu para o quarto lugar, sendo superado pelo Paraná. O estado agora fica atrás de São Paulo e Minas Gerais, que seguem na liderança, conforme dados de janeiro da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
O Rio Grande do Sul atingiu 3,2 gigawatts de geração própria, distribuídos em 344 mil telhados, fachadas e pequenos terrenos. Desde o início da expansão do setor, os investimentos somam R$ 16,3 bilhões, gerando cerca de 96 mil empregos e arrecadando R$ 4,9 bilhões aos cofres públicos.
Apesar dos números expressivos, o crescimento do setor desacelerou. Em 2024, as novas instalações no estado foram 30% menores do que no ano anterior, enquanto a média nacional registrou um avanço de 15%. Um dos principais entraves é a negativa de concessionárias para a conexão de novos projetos, alegando restrições impostas pela norma federal da inversão de fluxo, que impede regiões de gerar mais energia do que consomem.
— A situação com a RGE é bem crítica. Argumentam que o volume de conexões existentes na sua área de concessão é bem alto. A CEEE Equatorial está menos complicada, mas também não está aprovando algumas potências em alguns locais — afirma Mara Schwengber, coordenadora estadual da Absolar no Rio Grande do Sul.
Diante desse cenário, consumidores são orientados a avaliar as limitações antes de investir em sistemas fotovoltaicos. Ainda assim, o investimento continua vantajoso, proporcionando economia na conta de luz, mesmo que não seja possível zerar totalmente os custos.
Enquanto isso, o projeto de lei 624/2023, em tramitação no Senado, busca garantir que distribuidoras não possam impedir a conexão de novos sistemas de geração própria. Caso seja aprovado, a responsabilidade por eventuais adequações na infraestrutura elétrica ficará a cargo das concessionárias.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper