A pesquisa, conduzida por nutricionistas do Grupo de Pesquisa em Nutrição Translacional da UFF, apontou que o consumo diário de 40 gramas de chocolate amargo (com 70% de cacau) contribuiu para a redução do desejo de fumar, sem prejudicar o peso corporal dos participantes. Durante um mês, 47 fumantes com comorbidades crônicas, como diabetes e hipertensão, participaram de um estudo de intervenção clínica. Eles foram divididos em dois grupos: um recebeu chocolate amargo aliado a orientação nutricional, enquanto o outro, grupo controle, recebeu apenas a orientação para cessação do tabagismo.

Os resultados indicaram que os participantes que consumiram chocolate amargo apresentaram menos episódios de fissura e menor desejo de fumar em comparação ao grupo que recebeu apenas o apoio comportamental. O estudo também comparou o chocolate amargo a um mix de frutas secas, e o cacau se mostrou mais eficaz no combate ao desejo de fumar.

De acordo com a nutricionista Aline Silva de Aguiar, responsável pelo estudo, o medo de ganhar peso é uma das principais razões que fazem com que muitos fumantes resistam a parar de fumar. Isso ocorre porque a nicotina acelera o metabolismo e altera a percepção de sabor, fazendo com que o tabagista tenha uma alimentação mais seletiva. O chocolate amargo, por sua vez, oferece compostos que auxiliam na redução do estresse e da ansiedade, além de promover alterações positivas no humor.

Com um alto teor de cacau, o chocolate amargo apresenta propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, proporcionando benefícios adicionais, como a diminuição da ansiedade e da irritabilidade, sintomas comuns entre quem está tentando largar o cigarro.

Esse estudo sugere que, além das terapias convencionais para cessação do tabagismo, o chocolate amargo pode ser uma opção saborosa e eficaz para ajudar fumantes a superarem a fissura e a alcançarem o sucesso na luta contra o vício.

Com informações: Jornalista Fernando Kopper