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Médico investigado por coagir pacientes insatisfeitos com cirurgias plásticas em Porto Alegre
Publicado em 20/02/2025 09:11
POLÍCIA
A Polícia Civil investiga o médico Leandro Fuchs por suspeita de usar notificações extrajudiciais para intimidar pacientes insatisfeitos com cirurgias plásticas realizadas por ele em Porto Alegre. O objetivo seria evitar que eles buscassem indenizações na Justiça e desestimulá-los a denunciar complicações nos procedimentos. Segundo a investigação, ele já foi indiciado 11 vezes por causar lesões graves em pacientes e responde a outros 76 inquéritos policiais, que incluem crimes como estelionato e associação criminosa.
O delegado Ajaribe Rocha Pinto afirma que Fuchs utilizava sua influência para tentar silenciar pacientes. "Era um padrão comportamental de constrangimento e intimidação. Ele tentava desestimular as vítimas a ingressarem com ação judicial indenizatória ou até mesmo criminal, visto que tinha muitos contatos", declarou.
Em um dos casos, Fuchs teria divulgado fotos íntimas de uma paciente para o escritório de advocacia que o representa. As imagens, feitas para uso médico, foram anexadas a uma notificação extrajudicial enviada à vítima, em que o advogado alegava que os procedimentos ocorreram sem complicações. No documento, a paciente também era acusada de disseminar informações falsas em um grupo de WhatsApp e advertida de que poderia responder judicialmente por calúnia e difamação caso não cessasse as reclamações.
O escritório FLZ Advogados Associados defende que a notificação respeitou critérios legais e não houve exposição pública das imagens. "O ato jurídico teve o intuito de advertir e interpelar a notificada acerca de condutas dela nas redes sociais", diz a nota enviada pelo escritório.
A investigação revelou ainda que, entre 2019 e 2023, Fuchs teria permitido que residentes e médicos sem a devida qualificação realizassem cirurgias em seu lugar, sem o conhecimento dos pacientes. De acordo com os laudos periciais, de 727 cirurgias realizadas, 481 precisaram ser refeitas devido a complicações. O médico foi afastado do hospital onde atuava e está proibido pela Justiça de realizar novos procedimentos. Agora, a Polícia Civil investiga os crimes de coação no curso do processo e divulgação de cena de nudez ou conteúdo íntimo.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: GZH
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