A hidatidose é uma doença parasitária crônica, causada pela fase larval do parasito Echinococcus granulosus, pertencente ao grupo das tênias. Esta doença apresenta três fases de vida: adulto, ovo e larva, sendo que o ciclo ocorre principalmente entre cães, ovinos e seres humanos, especialmente na região da Fronteira, onde há maior contato entre esses elos.
Na fase adulta, o parasita vive no intestino dos cães. Quando esses animais defecam, contaminam a pastagem, hortas e mananciais de água com ovos do parasito. A infecção ocorre quando humanos ou outros animais consomem alimentos contaminados, como hortaliças ou grama, ou até ao manipular animais com pelos infectados.
O maior risco para a saúde humana está na fase intermediária, quando a larva se desenvolve em cistos hidáticos (bolhas d'água) no organismo. Este cisto pode crescer entre um a três centímetros por ano e, conforme aumenta, pode comprimir órgãos vitais, como fígado e pulmões. Quando isso ocorre, é necessário realizar uma cirurgia para a remoção do cisto, embora em alguns casos, o tratamento medicamentoso também possa ser eficaz.
Os sintomas podem não aparecer imediatamente, já que a larva pode não ter se desenvolvido o suficiente para causar alterações perceptíveis. Quando surgem, variam dependendo da localização dos cistos: no fígado, os sintomas incluem aumento do volume abdominal, náuseas e desconforto, enquanto no pulmão, pode ocorrer tosse e dificuldade respiratória.
Para prevenir a hidatidose, é fundamental adotar hábitos de higiene e práticas responsáveis no cuidado com os cães. Isso inclui evitar que os animais tenham acesso a carcaças de animais mortos, vermifugar regularmente os cães e evitar o consumo de vísceras cruas. Também é importante cercar hortas e mananciais para impedir que os cães tenham acesso a esses locais. A conscientização e a vigilância ajudam a proteger a saúde de todos os envolvidos nesse ciclo.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper