O Conselho Federal de Medicina (CFM) cassou o registro profissional do médico Leandro Boldrini, condenado pela morte do filho Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos. A defesa do médico confirmou a decisão nesta quarta-feira, mas evitou comentar o caso.
Boldrini havia sido absolvido, por unanimidade, em um processo disciplinar do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) em novembro de 2023, o que lhe permitia continuar exercendo a profissão. No entanto, o Ministério Público recorreu e solicitou ao CFM a reavaliação do processo. O Tribunal Superior de Ética Médica do órgão acatou o pedido, revertendo a decisão do Cremers.
O advogado de defesa, Ezequiel Vetoretti, afirmou que não fará comentários sobre o caso, pois o processo está sob sigilo. No entanto, ele disse estar analisando o acórdão para decidir se apresentará recurso.
A cassação do registro pode impactar a permanência de Boldrini no programa de residência médica em Cirurgia do Trauma do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), para o qual foi selecionado em março de 2024. “Não sei como será esse procedimento a partir de agora”, disse Vetoretti.
Atualmente, Leandro Boldrini cumpre pena no Presídio Regional de Santa Maria, em regime semiaberto. Em 2023, foi condenado a 31 anos e oito meses de prisão por homicídio quadruplamente qualificado e falsidade ideológica, sendo absolvido da acusação de ocultação de cadáver.
Bernardo Boldrini desapareceu em Três Passos, em março de 2014, e seu corpo foi encontrado dez dias depois, enterrado em Frederico Westphalen. O pai e a madrasta, Graciele Ugulini, foram presos sob suspeita de serem, respectivamente, o mentor e a executora do crime. Outros envolvidos também foram condenados, e apenas Graciele permanece em regime fechado.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper