Os municípios de Arroio do Tigre, no Vale do Rio Pardo, Dezesseis de Novembro, no Noroeste, e Salvador das Missões, na região das Missões, entraram na lista de cidades em situação de emergência devido à estiagem. Com isso, o Rio Grande do Sul chegou a 65 municípios com decreto oficial, a maioria localizada na Metade Oeste do Estado, conforme dados atualizados pela Defesa Civil Estadual nesta sexta-feira (7).
A seca impacta diretamente o agronegócio. Segundo a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do RS (Fetag), mais de 50% da produção de soja pode ser comprometida. Esse cenário afeta a principal cultura de verão do Estado, com prejuízos econômicos significativos para os produtores.
Além disso, rios importantes estão em níveis críticos. O Santa Maria, Ivaí, Guaporé e o Arroio Forromeco estão no nível vermelho. Outros dois, o Quaraí e o Douradinho, estão em alerta laranja.
O governo estadual intensificou as ações para mitigar os impactos, como perfuração de poços artesianos, construção de açudes e implantação de cisternas. A Secretaria Estadual da Agricultura destaca que já recebeu 670 projetos de irrigação, somando mais de R$ 176 milhões em investimentos para ampliar a área irrigada no Estado.
A estiagem também mobiliza outros órgãos estaduais. A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) reforçou o apoio à agricultura familiar com programas como o Troca-Troca de Sementes e o Sementes Forrageiras, que juntos representam investimentos superiores a R$ 50 milhões. Já a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) promoveu alterações no licenciamento ambiental para projetos de irrigação, visando facilitar a execução de medidas de enfrentamento à seca.
Entre as cidades afetadas, muitas enfrentam dificuldades em abastecimento de água e prejuízos à pecuária e à produção agrícola. A Defesa Civil, em parceria com órgãos estaduais, mantém o Monitor da Estiagem, ferramenta que acompanha em tempo real os impactos e as ações de enfrentamento no Estado.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper