O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (5) um decreto que impede a participação de atletas transgênero em competições esportivas femininas. A medida foi anunciada durante uma cerimônia na Casa Branca, na presença de dezenas de atletas femininas, e foi recebida com aplausos.
"Com esta ordem executiva, a guerra contra os esportes femininos terminou", declarou Trump. O decreto prevê o corte de subsídios federais para escolas que permitirem a presença de estudantes trans em equipes femininas. "Não haverá financiamento federal para essas instituições", reforçou o presidente.
Trump também aproveitou a ocasião para pressionar o Comitê Olímpico Internacional (COI), alertando sobre os próximos Jogos Olímpicos, que serão realizados em Los Angeles, em 2028. Ele afirmou que sua administração não permitirá que "homens derrotem atletas femininas" e ameaçou negar vistos para competidores transgênero que, segundo ele, se identificam "de forma fraudulenta" como mulheres.
O Comitê Olímpico Internacional respondeu à medida afirmando que continuará dialogando com autoridades e federações internacionais sobre as regras de elegibilidade para atletas transgênero. Desde 2021, o COI permite que cada federação defina seus próprios critérios para evitar possíveis vantagens desproporcionais em competições.
Nos Estados Unidos, o tema é motivo de divisões na sociedade. Trump utilizou o debate como estratégia durante a campanha eleitoral, prometendo combater o que chamou de "delírios transgênero". Desde que retornou à presidência, o bilionário republicano já emitiu uma série de medidas contra a população transgênero, incluindo restrições no Exército e a proibição de procedimentos de transição de gênero para menores de 19 anos.
A nova ordem executiva também é acompanhada de um projeto de lei republicano, aprovado em janeiro na Câmara dos Representantes, que limita a participação de mulheres trans em esportes universitários femininos. Proibições semelhantes já estão em vigor em escolas de ensino médio em cerca de metade dos estados americanos.
De acordo com o Instituto Williams, aproximadamente 1,3 milhão de adultos e 300 mil jovens entre 13 e 17 anos se identificam como transgênero nos Estados Unidos. Pesquisas apontam que essa população enfrenta altos índices de depressão e taxas de suicídio mais elevadas em comparação com o restante da sociedade.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper