No bairro Tirolesa, em Tramandaí, o pescador Edmílson Capaverde começou a instalar suas redes na lagoa do rio Tramandaí ainda na quarta-feira (5). Segundo ele, o período de espera trouxe prejuízos, mas a retomada, mesmo no final do verão, traz alívio para sua família. "A esperança de todos os pescadores está no camarão. Sem ele, não somos nada. Se conseguirmos uma média de 7 quilos descascados por dia, já será uma bênção", afirmou.

Em Imbé, o pescador Germano Neubarth apontou que a liberação tardia prejudica os lucros devido à redução no movimento de turistas. Ele destacou que a troca do ciclo lunar nas próximas semanas pode melhorar a qualidade do camarão pescado. "Já sabíamos que tinha muito camarão na lagoa. Com a troca da Lua, o camarão troca de casca e melhora ainda mais. Mas a demora nos prejudicou muito", lamentou.

A portaria interministerial, publicada na terça-feira (4), foi resultado de pressão da comunidade local e de políticos, que protestaram pela retomada da atividade. O documento estabelece que a temporada de pesca na bacia hidrográfica do rio Tramandaí vai até 21 de junho de 2025.

A pescadora Venina Morais, que participou dos protestos, comemorou a conquista, mas destacou a angústia da espera. "Foi muito triste ver o camarão passando na porta da tua casa e não poder pescar. Quase fizemos uma vaquinha para alguém ir a Brasília com uma caneta para assinarem", desabafou.

Com as primeiras redes sendo recolhidas nesta quinta-feira, os pescadores da região esperam que a safra traga alívio financeiro e renove as perspectivas para o setor, que sofreu nos últimos dois anos devido às enchentes e burocracias.

Com informações: Jornalista Fernando Kopper

Fonte: Correio do Povo