Em abril do ano passado, um jovem de 28 anos, morador de Canoas, foi vítima do chamado golpe do namoro após iniciar uma conversa com uma suposta jovem pela internet. A relação, que começou com um bate-papo no Facebook, rapidamente evoluiu para o WhatsApp. Sem saber que estava sendo manipulado, o rapaz foi alvo de extorsões e ameaças de morte. Com medo, ele chegou a enviar R$ 1,1 mil aos criminosos.
O golpe começou a se revelar quando o rapaz recebeu prints com as conversas e o perfil dele no Facebook. Do outro lado da linha, um homem se identificava como companheiro de Débora, o nome falso utilizado pelos golpistas. A vítima, então, foi pressionada a realizar pagamentos sob ameaça de ser morta. “É tua vida, mano. Corre atrás”, escreveu um dos golpistas ao orientar que ele procurasse um agiota para conseguir mais dinheiro.
O caso ganhou contornos ainda mais assustadores quando o rapaz recebeu imagens violentas, incluindo um vídeo de uma casa destruída com manchas de sangue e uma foto de uma cabeça decapitada. Os criminosos afirmavam ser integrantes do PCC e enviaram uma imagem da vítima com a mensagem “decretada a morte pelo PCC”. Desesperado, o jovem trocou de telefone e mudou de residência.
— Foi um terror. Não imaginava que uma conversa no Facebook resultaria nisso. Espero que a polícia encontre esses criminosos. É algo que ninguém deveria passar — relatou a vítima, que registrou o caso na Polícia Civil de Canoas.
Operação desarticula grupo criminoso
Na última quinta-feira (30), a Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou uma operação contra o grupo responsável pelo golpe. A ação cumpriu seis mandados de prisão temporária em Recife e Olinda, Pernambuco. Segundo a delegada Luciane Bertoleti, da 3ª DP de Canoas, o esquema era liderado por um homem que já estava preso por roubo.
Além do líder, a operação mirou um contador do grupo, que movimentou R$ 100 mil em transações via Pix em apenas um mês, e quatro mulheres que recebiam os valores das vítimas. A polícia investiga a atuação do grupo em outros Estados do país.
A operação representa um avanço no combate ao golpe do namoro, mas também reforça o alerta para os perigos das interações online e a importância de cautela ao compartilhar informações pessoais na internet.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper