Zeli Teresinha dos Anjos detalhou, em depoimento à Polícia Civil, as circunstâncias que precederam a morte do marido, Paulo Luiz dos Anjos, ocorrida em 3 de setembro de 2024, em Arroio do Sal. Ela afirmou que a nora, Deise Moura, levou um leite em pó envenenado durante uma visita ao casal, no final de agosto. O caso, inicialmente tratado como intoxicação alimentar, agora é investigado como homicídio.
Segundo Zeli, no dia 31 de agosto, o filho Diego Silva dos Anjos e Deise fizeram uma viagem bate e volta de Nova Santa Rita, onde moravam, até Arroio do Sal. Durante a visita, trouxeram produtos da antiga residência de Zeli, em Canoas, que foi atingida por uma enchente. Entre os alimentos, estavam leite em pó, acondicionado em um pote de Tupperware, e bananas.
No dia seguinte, Paulo Luiz passou mal cerca de uma hora após consumir o leite em pó com café. Ele apresentou vômitos intensos e foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Zeli também teve sintomas de intoxicação, mas se recuperou após atendimento médico. Paulo, porém, não resistiu e faleceu no hospital.
Na época, a morte foi atribuída a intoxicação alimentar, possivelmente causada por bananas contaminadas pela enchente em Canoas. Deise chegou a referir-se ao caso como "o homem que morreu pelas bananas da enchente", segundo Zeli. No velório, a cunhada Maida Berenice Flores da Silva disse ter notado uma expressão de satisfação no rosto de Deise enquanto olhava para o corpo do sogro.
Três dias após a prisão de Deise, o corpo de Paulo Luiz foi exumado e exames do Instituto-Geral de Perícias (IGP) detectaram a presença de arsênio. A suspeita é que a mesma substância foi usada para contaminar o bolo que causou a morte de três pessoas em Torres, no dia 23 de dezembro.
Zeli também relatou à polícia que acredita ter sido o alvo principal da suspeita. Segundo ela, Deise teria envenenado a farinha utilizada na produção do bolo, motivada por ciúmes.
Defesa contesta acusações
A defesa de Deise Moura, representada pelo escritório Cassyus Pontes Advocacia, informou que já teve acesso aos laudos preliminares do IGP e que contratou peritos particulares para avaliar os documentos e as informações divulgadas pela imprensa. A defesa também alega que ainda aguardam os laudos referentes ao filho de Deise e seu companheiro, sem que haja, no momento, judicialização das supostas novas vítimas.
Deise Moura segue presa temporariamente e a investigação continua com diligências em andamento para a elucidação dos fatos.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper