No Presídio Estadual Feminino de Torres, Deise Moura dos Anjos tem sido descrita como uma detenta exemplar. Responsável pela cela de número 01, ela a mantém "extremamente limpa e organizada" e segue todas as regras da unidade sem questionamentos. Sua disciplina e conduta educada têm chamado a atenção dos servidores, que elogiam seu comportamento.
A penitenciária está localizada no centro de Torres, mesma região onde um bolo de Natal contaminado com arsênio levou três pessoas à morte. Deise está presa temporariamente desde o dia 5 de janeiro, após investigação da Polícia Civil indicar sua ligação com o caso.
Apesar das acusações, a rotina de Deise não demonstra sinais de abalo. Guardas relatam que ela não apresenta reações emocionais visíveis. "Ela é tranquila, educada e tem disciplina. Além disso, sempre mantém a limpeza e organização na cela, chega a ser perfeccionista. Apenas não demonstra nenhum tipo de sentimento", relata um dos funcionários.
A maior parte do tempo, Deise passa dormindo ou lendo livros da biblioteca da unidade prisional. Segundo os agentes, ela prefere não puxar conversa e passa o dia em silêncio. "É muda, calada. Fica quieta o dia inteiro", descrevem.
Diariamente, Deise tem direito a uma hora de banho de sol pela manhã, em horário separado das demais detentas. A decisão de mantê-la isolada se deve ao fato de sua prisão temporária e também às possíveis hostilidades por parte das demais presas. "A maioria das detentas não costuma aceitar crimes que envolvem crianças", explicou um policial penal.
Nesta semana, exames periciais confirmaram a presença de arsênio no organismo do filho de Deise, uma criança de 9 anos. Em dezembro, outro menino, filho de uma das vítimas, ficou à beira da morte após ingerir o mesmo bolo de Natal. Deise segue como a principal suspeita nos dois casos de envenenamento.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte e foto: Jornalista Marcel Horowitz/Correio do Povo