A investigação, conduzida pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de São Luiz Gonzaga, aponta que bicheiros da região financiam o crime organizado, com contribuições de até R$ 8 mil semanais. Vídeos obtidos durante a apuração mostram membros de uma facção criminosa armados com fuzis ameaçando bicheiros que atrasavam os pagamentos. As gravações, amplamente compartilhadas nas redes sociais, eram utilizadas como forma de extorsão, obrigando os contraventores a manterem as contribuições.

Entre os investigados está um homem conhecido como Paulista, morador de Santo Ângelo, apontado como centralizador das cobranças e principal articulador regional do esquema. Também foram identificados dois policiais militares de Santo Ângelo e Santa Rosa que atuavam na escolta de Paulista, conforme registros obtidos pela polícia.

A facção envolvida, com origem no Vale do Sinos, tem expandido sua atuação para o interior do Estado, utilizando métodos violentos para garantir domínio territorial e financiamento de suas atividades. Em algumas cidades, como Santo Ângelo, Santa Rosa e Ijuí, a disputa pelo controle do tráfico tem causado uma onda de homicídios.

De acordo com o delegado Heleno dos Santos, que coordena a investigação, muitos dos bicheiros também são vítimas do esquema, forçados a colaborar sob ameaças de morte. Apesar de não terem sido emitidos mandados de prisão preventiva nesta fase, flagrantes estão sendo registrados, e a segunda etapa da operação deve resultar em novas detenções.

A operação mobilizou efetivos de várias regiões, como Santa Maria, Alegrete e Palmeira das Missões, além do apoio da Brigada Militar. A investigação reforça o impacto das ações criminosas no interior do Estado, revelando o envolvimento de diferentes atores no financiamento e expansão do tráfico de drogas no Rio Grande do Sul.

Com informações: Jornalista Fernando Kopper