Após sete anos sem novas fases, a Operação Leite Compen$ado, conduzida pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, voltou a ser realizada, desta vez com foco em uma indústria de Taquara, no Vale do Paranhana. O alvo principal é um químico conhecido como “alquimista” ou “mago do leite”, acusado de adicionar soda cáustica e água oxigenada ao leite, prática que já havia motivado sua prisão em 2014, na quinta fase da operação.
Segundo o MP, foram identificados derivados lácteos, como leite UHT, leite em pó e soro, contendo substâncias nocivas à saúde. Inspeções também revelaram embalagens com pontos de sujeira. Apesar de condenações anteriores, o suspeito continuava em atividade enquanto aguardava o desfecho de processos judiciais e a colocação de tornozeleira eletrônica.
Os produtos da indústria investigada seriam distribuídos em escala nacional e internacional, incluindo o Rio Grande do Sul, outras regiões do Brasil e até a Venezuela. A empresa também venceu licitações para fornecer laticínios, como um contrato recente com escolas de uma cidade paulista.
Embora análises iniciais confirmem a presença de substâncias perigosas e contaminações, a Justiça ainda não liberou informações sobre marcas ou lotes específicos. Exames complementares devem detalhar a extensão das irregularidades.
Desde 2013, a Operação Leite Compen$ado já realizou 12 fases, desvendando esquemas de adulteração que incluem adição de soda cáustica, ureia, água oxigenada e até coliformes fecais em produtos lácteos. Esta nova etapa reforça o compromisso do MP com a segurança alimentar e a integridade da cadeia produtiva do leite.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper