Uma grande operação da Polícia Civil cumpriu nesta quinta-feira (5) 94 medidas cautelares em nove cidades do Rio Grande do Sul, visando desarticular uma facção criminosa que movimentava cerca de R$ 25 milhões mensais com o tráfico de drogas no Vale do Sinos. A ofensiva resultou em 12 prisões e revelou uma estrutura hierarquizada que operava com alcance interestadual e internacional.
As ações ocorreram em Novo Hamburgo, Esteio, Sapucaia do Sul, Viamão, Parobé, Canoas, Porto Alegre, São Sebastião do Caí e Sapiranga. De acordo com as investigações, a organização era dividida em quatro núcleos principais:
- Fornecedores de drogas, liderados por integrantes de alto escalão com conexões nacionais e internacionais.
- Consórcio de traficantes, um sistema integrado que gerenciava a distribuição e o fluxo financeiro.
- Revendedores locais, responsáveis pela comercialização direta com os usuários, em pontos físicos e por tele-entrega.
- Núcleo de suporte, que realizava lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e operava com "laranjas".
Entre 2023 e 2024, a facção movimentou cerca de uma tonelada de drogas por mês, principalmente cocaína e crack, com o quilo avaliado em torno de R$ 25 mil. Para lavar o dinheiro, os criminosos usavam empresas de fachada e transações em dinheiro vivo. Além disso, as investigações apontaram que o grupo negociava armas de fogo, com suspeitas envolvendo um clube de tiro usado para facilitar as aquisições ilegais.
Um dos principais investigados é um líder do núcleo fornecedor, condenado a 176 anos de prisão. Ele havia fugido após romper a tornozeleira eletrônica, beneficiado por prisão domiciliar humanitária. Em 2017, o mesmo criminoso organizou um plano de fuga em massa do antigo Presídio Central, frustrado pela descoberta de um túnel cavado para a operação.
A Polícia Civil segue investigando conexões da facção e o envolvimento de empresas e pessoas no esquema, buscando ampliar as prisões e desarticular completamente a rede criminosa.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper