O mês de outubro de 2024 registrou 5.596 casos de estelionato no Rio Grande do Sul, resultando em uma média diária de 180 golpes. De acordo com a Polícia Civil, a maior parte dos crimes ocorreu por meio de práticas digitais, com os golpistas lançando "iscas" em mensagens de SMS ou WhatsApp para um grande número de contatos telefônicos, com o objetivo de enganar as vítimas e induzi-las a realizar transferências bancárias ou fornecer informações pessoais.
Em um dos casos relatados, uma empreendedora de 36 anos, que preferiu não se identificar, compartilhou como foi abordada por uma mensagem falsa de uma instituição financeira, oferecendo crédito para pequenos negócios. A vítima ficou desconfiada após ser solicitada a fazer transferências para o pagamento de taxas e certidões fiscais. "Primeiro pediram R$ 45 para uma taxa. Mandei. Logo veio outro pedido e comecei a questionar. As respostas passaram a ficar confusas e então fiz contato com a instituição. Foi quando me alertaram que era mesmo um golpe. Meu medo agora é que usem dados que passei para cometerem outros crimes", relatou a vítima, que registrou o caso na Delegacia Online.
Outro tipo de golpe identificado foi o uso do dispositivo conhecido como "chupa-cabra", que tranca o cartão da vítima em caixas eletrônicos. Após a vítima tentar sacar dinheiro, um cartaz na máquina a induz a ligar para um número de telefone de criminosos, iniciando uma sequência de fraudes. "Prendemos um criminoso que fazia este tipo de ação em Cachoeirinha. Ele revelou que recebia instruções de fora do Estado, o que sugere que golpistas podem ser treinados e financiados pelo crime organizado", explicou o delegado André Lobo Anicet, da 1ª Delegacia de Polícia de Cachoeirinha.
Embora os números de golpes sejam elevados, houve uma redução em relação ao ano anterior. Em outubro de 2023, foram registrados 7.721 casos, com uma média diária de 249 estelionatos. Em comparação com os últimos três anos, a redução é de 27,5%. Em 2021, foram 7.012 casos, e em 2022, 7.378. A queda nos registros foi atribuída pelos órgãos de segurança pública aos avanços nas investigações e ao trabalho intensivo de combate a essas práticas fraudulentas.
A delegada Vanessa Pitrez, diretora do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), destacou os esforços em capacitar os policiais para enfrentar os novos métodos de estelionato. "A Polícia Civil está cada vez mais preparada para enfrentar este novo cenário. Por isso, conseguimos observar uma redução nos números de estelionatos, que é resultado da capacitação contínua dos nossos agentes e do uso de novas ferramentas e tecnologias", afirmou.
Para intensificar o combate aos crimes, a Polícia Civil tem investido em softwares especializados, treinamentos contínuos e em seminários de atualização. Além disso, agentes da Polícia Civil participam de cursos e debates em diversas regiões do Brasil, aprimorando suas habilidades de investigação e identificando novas formas de prevenir e combater os crimes.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: GZH