Após um período de intensas chuvas e inundações que marcaram a maior tragédia climática recente no Rio Grande do Sul, o cenário para a safra 2024/2025 indica sinais de recuperação. Segundo a primeira estimativa do Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (14), a produção de grãos no estado deve crescer 12,4%, totalizando 39,7 milhões de toneladas. O aumento será impulsionado, principalmente, pela soja e pelo arroz, cujas colheitas estão em fase de plantio.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também divulgou sua previsão para a safra de verão e apontou um aumento de 3,3% em relação ao ciclo anterior, com expectativa de 38,4 milhões de toneladas. Embora os números mostrem uma recuperação do setor, produtores enfrentam desafios financeiros devido ao endividamento causado pelos danos das enchentes.
Desafios e Projeções da Soja A soja, principal cultura da safra de verão no estado, deve alcançar cerca de 21,6 milhões de toneladas, segundo o IBGE, um aumento de 18% em comparação com o ciclo anterior. A área plantada deve expandir para 6,8 milhões de hectares. A Conab, no entanto, estima uma colheita um pouco menor, de 20,3 milhões de toneladas.
Apesar das boas projeções, Ireneu Orth, presidente da Aprosoja-RS, destaca a necessidade de clima favorável e os desafios econômicos. A crise causada pela enchente afetou a compra de insumos e tecnologia para o plantio, o que pode impactar a produtividade.Pe
rspectivas para o Arroz e o Milho O Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional de arroz, deve colher 7,9 milhões de toneladas, de acordo com o IBGE, um crescimento de 11,3%. A Conab é ainda mais otimista, com previsão de 8,3 milhões de toneladas. A área plantada também deve aumentar, impulsionada pela recuperação do setor.
Para o milho, as estimativas divergem. O IBGE projeta um crescimento de 20% na produção, alcançando 5,4 milhões de toneladas, enquanto a Conab estima uma queda de 11,4%, totalizando 4,3 milhões de toneladas. A migração de produtores para outras culturas, em função das dificuldades e do aumento de pragas, como a cigarrinha, influenciam essa redução.
A recuperação da safra 2024/2025, além de positiva para a economia local, representa um avanço para o controle da inflação e o fortalecimento das exportações, contribuindo para a estabilidade do agronegócio gaúcho e nacional.
