Donald Trump, eleito novamente presidente dos EUA, promete aumentar as tarifas de importação, principalmente sobre produtos chineses, como parte de seu plano econômico. Entre as promessas do republicano está a imposição de tarifas de até 60% para produtos vindos da China, além de taxas de 10% a 20% para outros países. Este movimento pode afetar diretamente o agronegócio brasileiro, um dos principais fornecedores de alimentos para os EUA, incluindo café, carne bovina e soja.
Apesar do "tarifaço", analistas afirmam que produtos agrícolas essenciais, como café e carne, têm menos chance de ser taxados, dado seu papel crucial na economia dos EUA. O café, por exemplo, é o maior item agrícola exportado pelo Brasil para os norte-americanos. Segundo Marcos Matos, do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), seria ilógico aumentar a tributação sobre um produto que os EUA não produzem e que representa uma importante fonte de consumo e empregos no país. "Os Estados Unidos gastam anualmente US$ 110 milhões em café", lembra Matos, destacando que o setor cafeeiro nos EUA sustenta 2,2 milhões de empregos.
Além disso, uma possível nova guerra comercial entre EUA e China pode beneficiar o Brasil. Durante o primeiro mandato de Trump, a China aumentou suas compras de soja brasileira em resposta às tarifas impostas pelos EUA. Esse cenário pode se repetir, com o Brasil ampliando suas vendas de soja e milho para o gigante asiático, que busca reduzir sua dependência dos EUA. Para Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, o impacto será mais forte sobre produtos de tecnologia e a China, não sobre o setor agrícola brasileiro.
A consultoria StoneX também reforça que, até o momento, não há expectativa de tarifas sobre produtos alimentícios brasileiros, como ocorreu com o aço em 2019, mas a soja e a carne bovina podem se beneficiar de uma eventual redução das importações dos EUA pela China.
Se confirmadas, essas mudanças podem beneficiar o agro brasileiro, com um aumento das exportações de soja, carne bovina e milho, consolidando o Brasil como fornecedor estratégico para mercados como a China.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper