A partir desta sexta-feira (1º), os mutuários que buscam financiamento imobiliário pela Caixa Econômica Federal enfrentarão novas restrições, incluindo a necessidade de dar uma entrada maior e um limite mais baixo no valor financiado. As mudanças afetam o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que utiliza recursos da caderneta de poupança para financiar imóveis.
Para quem optar pelo sistema de amortização constante (SAC), em que as parcelas diminuem ao longo do tempo, o valor de entrada subirá de 20% para 30% do valor do imóvel. Já no sistema Price, com parcelas fixas, a entrada mínima será elevada de 30% para 50%. Além disso, a Caixa restringirá o crédito apenas a clientes sem financiamento habitacional ativo no banco.
O valor máximo dos imóveis financiados pelo SBPE será limitado a R$ 1,5 milhão em todas as modalidades, equiparando-se ao teto já vigente para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Atualmente, o SFH, que oferece juros mais baixos, financia imóveis de até R$ 1,5 milhão, enquanto o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) não possui teto para valor dos imóveis.
As mudanças visam ajustar a carteira de crédito habitacional da Caixa, que até setembro já registrava R$ 175 bilhões em concessões, um crescimento de 28,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o banco, as alterações não afetarão empreendimentos já financiados pela Caixa, onde as condições vigentes continuarão a valer.
O aumento da exigência de entrada ocorre em meio a um cenário de alta demanda e saques da caderneta de poupança, que registrou retiradas líquidas de R$ 7,1 bilhões em setembro, o maior volume do ano. O banco ainda não informou se as medidas serão revertidas em 2025, quando o novo orçamento será aprovado, ou se as restrições continuarão em vigor.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper